São Paulo, sexta-feira, 12 de agosto de 2005

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ATLETISMO

Brasileiro termina Mundial em 6º no salto triplo, acumula 3º fracasso e diz que levará medalha "na próxima vez"

Jadel decepciona e acaba longe do pódio

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Jadel Gregório, 24, entrou no estádio Olímpico de Helsinque, na mesma pista que coroou Adhemar Ferreira da Silva na Olimpíada de 1952, como um dos favoritos ao título do Mundial. Saiu com um frustrante sexto lugar.
"Não sei o que aconteceu. Senti dores no músculo direito e na panturrilha esquerda. Vou fazer um exame para ver se estou com alguma lesão", comentou o triplista, que hoje disputa as eliminatórias do salto em distância.
Dono do segundo melhor salto do ano (17,73 m), o brasileiro não liderou a prova em nenhum momento. Após realizar suas três primeiras tentativas, ocupava apenas o quinto lugar, com 17,11 m.
Nos três saltos finais subiu sua marca para 17,20 m, a mesma que já havia obtido no classificatório.
O título ficou com o surpreendente norte-americano Walter Davis, 26, que saltou 17,57 m. A marca é 28 centímetros superior à sua melhor no ano, obtida no GP Brasil, em Belém, há três meses.
"Me surpreendeu um pouco [o salto]. Mas meu plano era vencer nesta noite", relatou o campeão.
A chuva fina, que caiu no estádio na hora da disputa, e o frio incomodaram Jadel. Nos dois dias anteriores à competição, o saltador também havia confessado estar com dificuldades para dormir.
Depois de ficar fora do pódio no Mundial de Paris-03 e nos Jogos de Atenas-04, o brasileiro diz que não perdeu esperança de medalha em eventos desse nível.
"Estou muito tranqüilo. Sou jovem e conseguirei na próxima vez", consolou-se ele, que era a principal chance de pódio do país no Mundial -o Brasil jamais ganhou um ouro na competição.
O atleta perdeu uma boa oportunidade de atingir o topo. Christian Olsson, 25, que dominou a prova nos últimos anos e amealhou o título dos Mundial-03 e da Olimpíada-04, passou por cirurgia no pé e nem saltou em 2005.
Ontem, o sueco admitiu que só retorna à pista no ano que vem.
"Decidi não fazer nenhuma competição nesta temporada. Em vez disso, vou intensificar o trabalho de recuperação do meu pé."
Sem Olsson, a noite não foi boa para os favoritos. Marian Oprea, vice-campeão olímpico, desceu um degrau do pódio. Detentor do salto mais distante no ano -17,81 m-, o romeno reclamou de dores e não passou dos 17,40 m.
Já Yoandri Betanzos repetiu o pódio do Mundial anterior.
"Estou feliz, mas insatisfeito. Voltei a levar a prata. Não sei quando vai chegar o ouro. Espero que seja nos Jogos de Pequim [2008]", lamentou o cubano.


Com agências internacionais

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