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guerra e paz
Parapan constrói ponte Bagdá-Rio
Evento, que começa hoje, terá três veteranos do Iraque
Comitê norte-americano tem projeto para incentivar a presença de ex-soldados nos Jogos paraolímpicos, que têm origem militar
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL RIO
Das trincheiras no deserto às
pistas e quadras. Essa foi a trajetória de três atletas norte-americanos, Scott Winkler,
Carlos Leon e James Stuck, que
estão no Rio como parte da
equipe paraolímpica de seu
país. Representam a ponta-de-lança de um programa do Comitê Olímpico dos EUA para
incluir o máximo possível de
veteranos de guerra em Jogos
para portadores de deficiência.
Juntamente com 1.300 atletas de 25 países, os norte-americanos começam amanhã a
disputa do Parapan-Americano
do Rio. A cerimônia de abertura
será hoje, às 13h, na Arena Multiuso, na Barra da Tijuca.
Em sua terceira edição, o
evento será realizado pela primeira vez na mesma cidade do
Pan. Ontem, também fato inédito, houve o revezamento de
uma tocha parapan-americana.
Sua chama foi acesa no Monumento aos Pracinhas, no parque do Flamengo, homenagem
aos soldados brasileiros mortos
na Segunda Guerra.
É totalmente simbólico: as
competições paraolímpicas
surgiram como uma disputa de
soldados veteranos dessa guerra, em 1948. A primeira Paraolimpíada foi em Roma em 1960.
É com a intenção de retomar
essa origem que surgiu o "Programa de veteranos paraolímpicos" nos EUA, em 2003.
"Atualmente, temos um número muito baixo de veteranos
na equipe. Historicamente,
após o Vietnã e a Coréia, tínhamos vários em equipes paraolímpicas. E não havia um sistema para recrutá-los", justificou
o diretor do programa no Comitê dos EUA, John Register.
Agora, a equipe americana
recebe ex-soldados que estiveram no Oriente Médio, nas
duas guerras do Iraque.
Register lutou na Guerra do
Golfo, em 1991. Chegou às classificatórias norte-americanas
para os 400 m com barreiras
dos Jogos de 1988 e 1992, mas
compromissos com o Exército
o impediram de seguir adiante.
Após a baixa, teria mais chances em 1996. Mas um acidente
com uma barreira em um treino foi tão grave que o levou a ter
a perna esquerda amputada.
A partir daí, tornou-se um
atleta paraolímpico, na natação
e no atletismo: ganhou uma
medalha de prata. Aposentado,
foi o dirigente que deu início ao
programa para militares.
"Vamos buscá-los em visitas
ao Departamento de Defesa, a
hospitais e em outros locais onde há veteranos", explicou.
Caso se integrem ao projeto,
os ex-soldados vão morar em
centros de treinamento, com as
despesas pagas. O objetivo futuro é que cerca de 15% da equipe paraolímpica dos EUA seja
formada por militares, com até
220 deles no programa. Em Pequim, no ano que vem, devem
ser até 15 atletas.
"É difícil atingir o nível paraolímpico", disse Register.
No Rio, o desafio acontecerá
em dez esportes e sete sedes.
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