São Paulo, quarta-feira, 12 de agosto de 2009

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"Como pago Love?", diz Andres

Presidente corintiano fala que não deve contratar grandes reforços e defende negociações de atletas

Apesar de pedir reforços, Mano reconhece que é hora de o Corinthians "honrar compromissos", inclusive com os jogadores do time

DO ENVIADO A TALLINN

A situação financeira do Corinthians dificulta a contratação de grandes reforços para substituir os titulares negociados. É o que diz o presidente do clube, Andres Sanchez.
Sua tese foi corroborada pelo técnico Mano Menezes, que entendeu a necessidade de o Corinthians pagar dívidas, após o título na Copa do Brasil.
Para Andres, "sonhos até viram realidade algumas vezes", mas é melhor o torcedor de seu clube não contar com grandes reforços para substituir André Santos, Cristian e Douglas.
Chefe da delegação brasileira em Tallinn, ele aceitou falar sobre o clube, após negativas anteontem. E refutou o Corinthians contratar atletas de peso, como o atacante Vágner Love e o meia Riquelme. "Cada dia escuto que o Corinthians vai contratar um.
Mas como é que eu vou pagar o salário que o Vágner Love, por exemplo, ganha?" disse o cartola. "Se eu contratá-lo, as manchetes serão que sou o melhor presidente do mundo. Depois, se o salário atrasar três dias, serei chamado de incompetente."
Além de dizer que "não houve nada demais na transferência de dinheiro da MSI para o Corinthians" durante a parceria, Andres defendeu os negócios que abalaram a base do time de Mano. "Não havia como segurá-los. Eles foram para ganhar muito mais, e vendi dois jogadores que não eram jovens e um [Douglas] que era vaiado pela torcida todo jogo."
Questionado, Mano disse que sabia que o clube "tinha compromissos para honrar".
"Há compromissos, não só de fora, inclusive com profissionais que estão aqui no momento. Vocês [imprensa] mesmo abordaram isso, sobre prêmios e salários. É preciso entender o momento do clube", disse ele. Era referência a atrasos de direito de imagem e premiações.
Ao rever Nilmar na seleção, Andres usou-o como exemplo para mostrar as dívidas do clube. Disse que o atacante, hoje no Villarreal, é o segundo que mais recebe do Corinthians (R$ 175 mil), atrás de Ronaldo. O débito total corintiano superava R$ 100 milhões até junho. O presidente e o técnico rechaçam que seus prestígios com a torcida tenham sido abalados pelas negociações e pelo jejum de vitórias no Nacional.
Na opinião de Mano, há uma "forçada" para acabar com a paciência da torcida. Já Andres disse que, quando deixar a presidência, em 2012, vai ficar "no meio da Gaviões e da Pavilhão 9 [organizadas corintianas]".
Para melhorar as finanças, o presidente aposta no aumento das cotas de TV e em manter a política de ingresso a preço alto. Hoje, o valor médio é R$ 43, acima da média do Nacional.
Mano tenta refazer o time e espera por reforços, mesmo que sem renome, ainda neste ano. Seu discurso de que não é possível ganhar o Brasileiro no momento não contraria o pensamento da diretoria, frisou ele, que prefere ser sincero com a torcida. "Temos um time de meio de tabela." (PAULO COBOS)


Colaborou RODRIGO MATTOS , da Reportagem Local



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