São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2000 |
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VÔLEI DE PRAIA Favoritas, brasileiras evitam se encontrar
DO ENVIADO A SYDNEY Elas são as brasileiras com mais chances de ouro em Sydney. Mas nada de união. As duas duplas femininas de vôlei de praia não querem se encontrar, nem mesmo em treinamentos, antes de uma eventual final olímpica. Mesmo se esbarrando nos corredores do hotel em que estão, de frente à arena da praia de Bondi, em Sydney, e apesar do tratamento amistoso no circuito profissional, as duplas Adriana Behar e Shelda e Sandra Pires e Adriana Samuel não fazem a menor questão de ampliar os vínculos na preparação para o torneio dos Jogos. Sandra Pires, primeira brasileira campeã olímpica, em Atlanta-96, em parceria com Jacqueline, e Adriana Samuel, prata naquele ano, treinarão com as japonesas Takahashi/Teru Saiko, na praia de Marouba, em uma quadra reservada pelo Comitê Olímpico Brasileiro. A mesma quadra, sempre em horários diferentes, será usada por Shelda e Behar. Pela composição da chave, se não perderem na estréia, o que as obrigaria a ir para a repescagem, a decisão pode ser nacional. ""Cada dupla tem suas particularidades, forma de treino. Elas (Shelda e Behar) contam com um staff grande, nós fazemos de outro jeito. Não vai acontecer encontro", diz Adriana Samuel, 34. A parceria de treinos com as japonesas, que tem como técnico um brasileiro, Antonio Leão, começou durante a etapa de Chicago (EUA), em junho. As medalhistas terminaram em terceiro nesse Grand Slam (em que estavam em jogo o dobro de pontos de uma etapa comum), praticamente ratificando a participação nos Jogos -o que ocorreria 20 dias mais tarde, mesmo sem participarem de Marselha (França). ""Continuamos treinando com as japonesas porque elas dão bastante ritmo e volume de jogo. Acaba sendo um treino de alto nível", diz Sandra Pires, 25. Shelda e Behar foram ao extremo: levaram a Sydney, além da técnica, Letícia Pessoa, quatro auxiliares (leia texto nesta página), dois deles para ser sparrings. ""Há muito tempo trabalhamos assim. Eu não gosto de jogar se não for valendo. Quando dizem que é só um jogo-treino, para mim não existe", diz Shelda, 27, considerada a mais completa do circuito mundial da FIVB (Federação Internacional de Vôlei), com seu 1,65 m -é também a jogadora mais baixa. Em quadra, as performances das duas duplas, notadamente Behar e Shelda, justificam todas as apostas. Tricampeãs mundiais, ouro no Pan de Winnipeg-99, as duas detêm o assombroso índice de 84,5% de vitórias no circuito da FIVB. Para conquistar o título da atual temporada, não precisarão mais que um décimo lugar em Fortaleza, daqui a um mês. Farão sua estréia no torneio olímpico contra as búlgaras Lina e Petia Yanchulova. No único encontro, há seis meses, venceram por 15 a 3. ""O placar não importa muito. É uma dupla que está começando, precisava disputar todos os qualificatórios. Agora está mais experiente. Somos favoritas e vamos usar essa pressão em cima delas", diz Shelda. Sandra e Adriana Samuel farão a estréia contra as cubanas Dalixia Fernandez e Tamara Larrea. No masculino, Zé Marco e Ricardo, campeões por antecipação do Circuito Mundial deste ano, encontrarão Bjorn Berg e Simon Dahl, da Suécia. A quarta dupla brasileira, Emanuel e Loyola, joga contra os australianos Matthews Grinlaubs e Joshua Slack. Apenas os campeões mundiais treinaram em Bondi.""Preferimos fazer um alongamento e relaxar um pouco por causa viagem (de 13 horas), disse Emanuel, 27. (JOSÉ ALAN DIAS) Texto Anterior: Das marcas à política, elas ganham espaço Próximo Texto: Frase Índice |
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