|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIDA NA VILA
O anticlímax da aclimatação brasileira
ROBERTO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A CANBERRA
Cena 1 : O bafo quente acaba antes da porta da piscina olímpica do Instituto
Australiano de Esportes. Do
lado de lá, fica o frio.
É horário de treino, mas Armando Barcellos está encostado na arquibancada do centro
aquático, assistindo às braçadas dos nadadores brasileiros,
que, pelo menos neste momento, não dão a mínima para o
clima no resto do mundo.
""Deixei para pedalar agora,
mas com esse vento lá fora está
impossível", diz o triatleta.
Sua preparação para a natação também não avança. "Tínhamos idéia de nadar no lago da cidade. Mas não deu."
Cena 2: Na embaixada brasileira na Austrália, o presidente do COB, Carlos Arthur
Nuzman, prega aos atletas:
""Aqui é o coração do resultado na Olimpíada".
Cena 3: Os australianos formam um corredor e agitam
suas bandeirinhas. A tocha
olímpica está para chegar ao
instituto em Canberra.
A poucos metros dali, o técnico Jayme Netto, do atletismo, tenta reunir sua turma
para treinar pela primeira vez
na cidade. Ele resmunga.
"Com esse frio e esse vento, é
ruim, muito ruim.""
Cena 4: O atletismo treina.
Ao contrário do que acontece
nos outros pontos do instituto,
não há placas de patrocínio do
COB. É porque venta muito.
Não deu para colocar.
Cena 5: O atletismo treina
pela segunda vez na capital
australiana, desta vez à tarde.
As placas já estão nos seus devidos lugares. Agora sim está
tudo bem naquele que é o "período de aclimatação" do Brasil para os Jogos.
Cena 6: O vôlei bate sua bola
tranquilo no ginásio em Canberra. O basquete também, assim como o handebol.
EM FOCO
Hoje, os brasileiros começam a
deixar em peso sua base de treinamento rumo a Sydney. Para
uns, pouco importa. Para outros,
a aclimatação só começa.
Texto Anterior: Campeãs treinam com homens Próximo Texto: Olimpíada de A a Z: Brasil desiste de Canberra e viaja para Sydney Índice
|