São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2000

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VIDA NA VILA
O anticlímax da aclimatação brasileira

ROBERTO DIAS
ENVIADO ESPECIAL A CANBERRA

Cena 1 : O bafo quente acaba antes da porta da piscina olímpica do Instituto Australiano de Esportes. Do lado de lá, fica o frio.
É horário de treino, mas Armando Barcellos está encostado na arquibancada do centro aquático, assistindo às braçadas dos nadadores brasileiros, que, pelo menos neste momento, não dão a mínima para o clima no resto do mundo.
""Deixei para pedalar agora, mas com esse vento lá fora está impossível", diz o triatleta.
Sua preparação para a natação também não avança. "Tínhamos idéia de nadar no lago da cidade. Mas não deu."
Cena 2: Na embaixada brasileira na Austrália, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, prega aos atletas: ""Aqui é o coração do resultado na Olimpíada".
Cena 3: Os australianos formam um corredor e agitam suas bandeirinhas. A tocha olímpica está para chegar ao instituto em Canberra.
A poucos metros dali, o técnico Jayme Netto, do atletismo, tenta reunir sua turma para treinar pela primeira vez na cidade. Ele resmunga. "Com esse frio e esse vento, é ruim, muito ruim.""
Cena 4: O atletismo treina. Ao contrário do que acontece nos outros pontos do instituto, não há placas de patrocínio do COB. É porque venta muito. Não deu para colocar.
Cena 5: O atletismo treina pela segunda vez na capital australiana, desta vez à tarde. As placas já estão nos seus devidos lugares. Agora sim está tudo bem naquele que é o "período de aclimatação" do Brasil para os Jogos.
Cena 6: O vôlei bate sua bola tranquilo no ginásio em Canberra. O basquete também, assim como o handebol.


EM FOCO
Hoje, os brasileiros começam a deixar em peso sua base de treinamento rumo a Sydney. Para uns, pouco importa. Para outros, a aclimatação só começa.




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