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São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2003

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BOXE

Dois pesos e duas medidas...

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Se Popó pegasse um desafiante cuja última vitória havia sido há dois anos e cujo currículo de suas últimas três lutas apresentasse um "sem resultado" e duas derrotas, qual seria a sua reação? Você correria para assistir a tal combate ou criticaria a (falta de) qualidade desse oponente? Mas não é Popó, e sim um campeão mais famoso e conceituado perante a imprensa internacional, Oscar de la Hoya, que pega amanhã um rival com esse perfil. E, nos EUA, essa programação será transmitida em pay-per-view. Trata-se de Shane Mosley, cuja última luta, contra Raul Marquez, a primeira como médio-ligeiro (69,8 kg), ficou "sem resultado" após choque de cabeças, e a penúltima e antepenúltima foram derrotas por pontos para Vernon "The Viper" Forrest. E haja trabalho de marketing para promover tal combate. Tudo gira em torno do fato de Mosley ter vencido De la Hoya em 2000 (em luta muito apertada) e em um combate amador, quando eram só pré-adolescentes, muitas e muitas categorias de peso atrás. Sim, não nego que existe a possibilidade de Mosley ter ""o número de De la Hoya", o estilo certo para vencê-lo em cada oportunidade em que se encontrarem, mas é justo que passe à frende de outros pugilistas ranqueados? Especialmente quando sua estréia na categoria dos médios-ligeiros foi bem menos do que conclusiva? (Ele terá pegada necessária como médio-ligeiro para ganhar o respeito de De la Hoya? Isso para não mencionar novamente os seus resultados mais recentes). Como analisa Popó, a quem havia citado na abertura da coluna, "a promoção é só em cima do "nome" de Mosley e na vingança". Dentro da promoção da programação, De la Hoya, que já concorreu a um Grammy, mostrou ter aptidão também para ator. Em uma entrevista para a TV, afirmou, fazendo caretas que não assustariam uma criança, que está com "muita raiva" de Mosley. "Veja só minha cara, dá para ver que o odeio", disse, grunindo. Depois, mostrou que também entende de histórias em quadrinhos. "Vou ser como o Super-Homem. Não, como o Homem-Aranha contra ele [Mosley]", disse. Também em seu combate anterior, contra o veteraníssimo Yori Boy Campas, De la Hoya havia dito que o combate seria atraente não tanto pela luta em si, mas pelo fato de aquela ser uma de suas últimas apresentações -De la Hoya anunciou que atuaria somente mais duas ou três vezes. Voltando à luta de amanhã (a Rede TV! anuncia a transmissão da luta ao vivo para o Brasil), durante teleconferências, organizadas na semana passada, para promover a luta, da qual esta coluna tomou parte, jornalistas não chegaram a questionar os adversários sobre o assunto, no entanto perguntaram como estaria a autoconfiança de Shane Mosley. Convenientemente, Mosley respondeu que seus últimos resultados não o prejudicaram psicologicamente. De la Hoya afirmou que a sequência de maus resultados poderia servir até de motivação. De la Hoya mostra que faz bem a transição de lutador para promotor (Golden Boy Promotions).

Brasil 1
A CBB encaminhou ao STJD pedido de desfiliação das federações: Paulista de Boxe, Boxe do Estado do Rio e Paranaense de Pugilismo.

Brasil 2
Ana Liz, 23. Essa é a namorada de Popó, sua sócia na academia Popó Mão de Pedra. Juntos há quatros meses, Ana Liz viajou com ele em sua última luta. Há coincidências entre ela e a ex, Eliana. ""O nome da Eliana terminava em Ana. As duas são administradoras, nasceram no mesmo mês (abril) e têm o mesmo signo (touro)", diz o campeão.

Brasil 3
Antonio Inoki, ex-adversário de Muhammad Ali, promove o Jungle Fight, amanhã na Amazônia, com transmissão do canal Premiere.

E-mail eohata@folhasp.com.br


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