Daniel Dias disputa com Erin Popovich (EUA) título de mais vitorioso do nado paraolímpico; Clodoaldo leva bronze no 4 x 50 m livre

DA REPORTAGEM LOCAL

Daniel Dias conquistou ontem sua quarta medalha na natação dos Jogos Paraolímpicos de Pequim. Apenas ele e a norte-americana Erin Popovich já atingiram tal feito no Cubo d'Água e podem chegar mais duas vezes ao topo do pódio.
O brasileiro também soma uma prata e um bronze, obtido no revezamento 4 x 50 m livre, primeira conquista de Clodoaldo Silva na competição chinesa.
Daniel caiu na água ontem pela primeira vez para os 200 m medley classe S5 -quanto maior o número da categoria, menor a deficiência do competidor. O brasileiro teve má-formação congênita dos membros superiores e da perna direita.
Além de chegar na primeira colocação, desbancando o campeão de Atenas-2004, Hu Junquan, ele estabeleceu novo recorde mundial -2min52s60. O chinês conquistou a prata.
"Hoje [ontem] cansei um pouco, mas estou bem. Tem o revezamento daqui a pouco, mas vamos firmes e fortes para colocar o Brasil no pódio", afirmou o nadador ao Sportv, logo após deixar a piscina.
Instantes depois, ele disputou o 4 x 50 m livre. Além de Daniel, nadaram Clodoaldo, Joon Seo e Adriano Lima. A equipe chegou atrás de China, que assegurou a vitória nos metros finais, e Espanha.
Foi a primeira medalha de Clodoaldo em Pequim. Dono de seis ouros em Atenas-2004, na categoria S4, o nadador foi reclassificado para a S5. O atleta e o Comitê Paraolímpico Brasileiro protestaram contra a reclassificação. Em vão.
Na nova classe, o nadador queria competir só no revezamento. Mas, para garantir a vaga, era obrigado a nadar também as provas individuais. Como S5, Clodoaldo atingiu finais, mas não havia subido ao pódio.
"Todos sabem o que passei aqui na Paraolimpíada. Não foi nenhum desabafo que fiz à época, só falei o que sentia", afirmou o nadador ontem.
"Estou aqui só pela equipe, e conseguimos essa medalha. Esse grupo é maravilhoso. Sempre farei tudo por eles, e tenho certeza de que eles farão tudo por mim. É muito bom ser campeão mundial, mas é muito melhor ser campeão em equipes", completou o nadador.
Ontem, foram divulgados mais dois casos de doping em Pequim. Facourou Sissoko, de Mali, e Liudmyla Osmanova, da Ucrânia, ambos do levantamento de peso, tiveram testes fora de competição positivos para anabolizantes. Os Jogos já somam quatro casos.


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