São Paulo, Domingo, 12 de Setembro de 1999
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AUTOMOBILISMO
Eddie Irvine insinua que equipe parou de desenvolver o carro desde o acidente de Schumacher
Em crise, Ferrari disputa GP caseiro

FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Monza

Frente a frente com sua torcida e com o seu principal dirigente, a Ferrari mergulhou ontem numa crise, faltando quatro provas para o término do Mundial de F-1.
Eddie Irvine e Mika Salo, seus pilotos, falharam no treino oficial, que definiu o grid. Resultado: largam hoje, respectivamente, em oitavo e sexto no GP da Itália.
A corrida, 13ª etapa do campeonato, acontece em Monza, a partir das 9h (de Brasília), com TV.
A pole, pela 11ª vez no ano, ficou com o finlandês Mika Hakkinen, da McLaren. Heinz-Harald Frentzen, da Jordan, larga em segundo, com David Coulthard, companheiro de Hakkinen, em terceiro.
Após a sessão, Irvine insinuou que vem sendo boicotado pela cúpula da Ferrari. "Há quatro ou cinco corridas não temos nenhum desenvolvimento. Por quê?", perguntou o irlandês.
A má colocação no grid de largada praticamente priva Irvine de uma vitória hoje. Além dos McLaren e do Jordan de Frentzen, estão à sua frente os dois Williams, de Alessandro Zanardi e de Ralf Schumacher, a Ferrari de Salo e o Stewart de Rubens Barrichello.
A expectativa do irlandês era, no mínimo, largar na segunda fila. Esperança que cresceu na semana passada, depois que ele fez o melhor tempo nos testes coletivos da F-1, na mesma pista.
Irvine, por ora indiretamente, acusa a Ferrari de ter parado o desenvolvimento do carro desde o acidente que eliminou Michael Schumacher da temporada.
Evidência disso, as duas vitórias do irlandês desde então aconteceram mais por erros da McLaren do que por méritos ferraristas.
Na F-1, se comenta que a escuderia já está mais preocupada com o seu carro do ano que vem do que com a evolução do atual.
O treino de ontem foi acompanhado, dos boxes de Monza, por Paolo Fresco, primeiro homem do grupo Fiat, dono da equipe.
Luca di Montezemolo, o presidente da Ferrari, estranhamente não estava no autódromo.
Nos nove GPs da Itália disputados neste década, seis tiveram ao menos um ferrarista no pódio. Tarefa que soa bem complicada agora, com o time em plena crise.
"Estou desapontado com nossos resultados. Temos um carro na terceira fila e outro na quarta, enquanto nossos adversário estão lá na frente", disse Jean Todt, diretor esportivo da Ferrari.
No ano passado, diante de sua torcida, a equipe conseguiu talvez seu resultado mais empolgante dos últimos anos: dobradinha, com Schumacher em primeiro e Irvine em segundo.
Hoje, com os motores mais potentes da categoria, a McLaren já largaria como favorita. Com a Ferrari fora do jogo, então, a única esperança dos torcedores italianos passa a ser um "enrosco" entre Hakkinen e Coulthard.
Algo que o finlandês, ontem, disse temer. "Vamos ter que ir com cuidado para a primeira curva", disse. Ele lidera o Mundial, com 60 pontos. Irvine tem 59.


NA TV - GP da Itália, Globo, ao vivo, às 9h




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