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AUTOMOBILISMO
Eddie Irvine insinua que equipe parou de desenvolver o carro desde o acidente de Schumacher
Em crise, Ferrari disputa GP caseiro
FÁBIO SEIXAS
enviado especial a Monza
Frente a frente com sua torcida
e com o seu principal dirigente, a
Ferrari mergulhou ontem numa
crise, faltando quatro provas para
o término do Mundial de F-1.
Eddie Irvine e Mika Salo, seus
pilotos, falharam no treino oficial,
que definiu o grid. Resultado: largam hoje, respectivamente, em
oitavo e sexto no GP da Itália.
A corrida, 13ª etapa do campeonato, acontece em Monza, a partir
das 9h (de Brasília), com TV.
A pole, pela 11ª vez no ano, ficou
com o finlandês Mika Hakkinen,
da McLaren. Heinz-Harald Frentzen, da Jordan, larga em segundo,
com David Coulthard, companheiro de Hakkinen, em terceiro.
Após a sessão, Irvine insinuou
que vem sendo boicotado pela cúpula da Ferrari. "Há quatro ou
cinco corridas não temos nenhum desenvolvimento. Por
quê?", perguntou o irlandês.
A má colocação no grid de largada praticamente priva Irvine de
uma vitória hoje. Além dos McLaren e do Jordan de Frentzen, estão
à sua frente os dois Williams, de
Alessandro Zanardi e de Ralf
Schumacher, a Ferrari de Salo e o
Stewart de Rubens Barrichello.
A expectativa do irlandês era,
no mínimo, largar na segunda fila. Esperança que cresceu na semana passada, depois que ele fez
o melhor tempo nos testes coletivos da F-1, na mesma pista.
Irvine, por ora indiretamente,
acusa a Ferrari de ter parado o desenvolvimento do carro desde o
acidente que eliminou Michael
Schumacher da temporada.
Evidência disso, as duas vitórias
do irlandês desde então aconteceram mais por erros da McLaren
do que por méritos ferraristas.
Na F-1, se comenta que a escuderia já está mais preocupada
com o seu carro do ano que vem
do que com a evolução do atual.
O treino de ontem foi acompanhado, dos boxes de Monza, por
Paolo Fresco, primeiro homem
do grupo Fiat, dono da equipe.
Luca di Montezemolo, o presidente da Ferrari, estranhamente
não estava no autódromo.
Nos nove GPs da Itália disputados neste década, seis tiveram ao
menos um ferrarista no pódio.
Tarefa que soa bem complicada
agora, com o time em plena crise.
"Estou desapontado com nossos resultados. Temos um carro
na terceira fila e outro na quarta,
enquanto nossos adversário estão
lá na frente", disse Jean Todt, diretor esportivo da Ferrari.
No ano passado, diante de sua
torcida, a equipe conseguiu talvez
seu resultado mais empolgante
dos últimos anos: dobradinha,
com Schumacher em primeiro e
Irvine em segundo.
Hoje, com os motores mais potentes da categoria, a McLaren já
largaria como favorita. Com a
Ferrari fora do jogo, então, a única esperança dos torcedores italianos passa a ser um "enrosco"
entre Hakkinen e Coulthard.
Algo que o finlandês, ontem,
disse temer. "Vamos ter que ir
com cuidado para a primeira curva", disse. Ele lidera o Mundial,
com 60 pontos. Irvine tem 59.
NA TV - GP da Itália, Globo, ao
vivo, às 9h
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