ROBERTO DIAS
enviado especial a Nova York

Coube a Serena, a mais nova das irmãs Williams, conquistar o primeiro título de Grand Slam de sua família. A norte-americana, de 17 anos, venceu ontem o Aberto dos EUA batendo na final a suíça Martina Hingis.
Quebra-se assim um jejum que já começava a incomodar Serena, sexta do ranking, e sua irmã Venus (19 anos, terceira do mundo) -apesar de toda a fama que tinham, jamais haviam conseguido um feito importante.
Com a vitória, por 2 sets a 0 (6/3 e 7/6), Serena "vingou" também sua irmã, Venus, que havia sido batida por Hingis na semifinal, anteontem -destruindo a previsão do pai das Williams, Richard, de que suas filhas fariam a final.
Depois de disparar sete aces e vencer com relativa tranquilidade a primeira série, Serena protagonizou um disputado segundo set com Hingis. Teve dois match points, mas desperdiçou.
A suíça virou o jogo e chegou ao set point. Mas não o converteu, e o jogo foi para o tie-break. Aí Serena retomou o controle. E começou a chorar imediatamente após Hingis esticar demais uma bola, dando-lhe a vitória.
Na premiação, enquanto a USTA (Associação Norte-Americana de Tênis) exibia os cheques das finalistas -US$ 750 mil e US$ 420 mil, os maiores prêmios do Grand Slam-, Richard Williams registrava com sua máquina fotográfica o grande momento da filha.
A vitória de Serena representa a primeira conquista do Aberto dos EUA por um atleta negro desde 1968, com o norte-americano Arthur Ashe.
Seu título abre a perspectiva de uma mudança no domínio do tênis feminino, que nos últimos tempos vem sendo monopolizado por Hingis e Davenport. Mas, apesar da derrota, Hingis continuará sendo a número um do ranking.
Serena coroou a boa fase do tênis dos EUA, já que pouco antes de sua vitória o país havia assegurado o troféu masculino, com a classificação de dois tenistas do país para a final.
Esta é a primeira vez que dois norte-americanos vencem as competições de simples desse torneio desde 1984, quando os vitoriosos foram John McEnroe e Martina Navratilova.


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