São Paulo, quarta, 12 de novembro de 1997.



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Proposta do banco ainda é inédita no país

da Sucursal do Rio

A proposta do Opportunity para o futebol não é de co-gestão (tipo Palmeiras-Parmalat) ou de patrocínio (como Corinthians-Excel).
O banco quer comprar e gerenciar os departamentos de futebol profissional dos clubes e faturar com rendas, patrocínios (o Opportunity não quer anunciar seu nome nas camisas), publicidade com a imagem dos jogadores, material esportivo, direitos de TV etc.
Caberá ao novo dono contratar jogadores. Por isso, em tese, as empresas investirão pesado para fortalecer a marca do clube.
Os clubes que venderem seus departamentos de futebol devem ter participação no novo negócio, além de receber mais de US$ 100 milhões, no caso dos grandes.
Na Inglaterra, no sistema de clube-empresa, um técnico foi demitido para que as ações não caíssem na Bolsa de Valores.
Luís Demarco e Elena Landau avaliam negócios, indicam a compra e fazem as propostas finais para aprovação dos sócios majoritários, Daniel Dantas e Pérsio Arida, e as empresas cujos recursos são administrados pelo banco.
A Folha apurou que, apesar da negativa da direção do São Paulo à proposta feita por Luís Demarco, então no Garantia, o Opportunity tem esperança de fechar o negócio.
No Rio, o banco está negociando com Flamengo e Botafogo. Até agora, porém, quer investir em apenas um time por praça.
Embora o Botafogo esteja otimista, hoje o Flamengo tem mais chances, porque seus principais dirigentes e mesmo a oposição apóiam a idéia. Torcedora do Botafogo desde criança, capaz de escalar times de memória, Elena Landau não impõe escolha.
O Opportunity tem negociado com um dos mais populares clubes do Nordeste, o Bahia. Segundo dirigentes, o baiano Daniel Dantas, um dos controladores do banco, pode ir a Salvador fechar o acordo.
"O clube-empresa, em vez de viver da venda de jogadores, vai buscar os ídolos de volta no exterior. O Brasil será o grande palco do futebol mundial, a NBA do futebol", diz Luís Demarco.
Ele e Elena Landau afirmam que o plano do banco não depende do destino do projeto Pelé no Congresso Nacional, mas que uma lei pró-clube-empresa pode ter impacto no mercado. (MM)


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