TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA

O ala Mancini repete na Roma as boas atuações que teve nessa posição, quando atuava pelo Atlético-MG. Alguns acham que ele deveria ser convocado para a seleção e até ser o titular no lugar do Cafu.
Quando atuava de lateral, Mancini era discreto. A seleção atual não joga com alas e sim com laterais. A função básica de um lateral não é a de atacar e sim de marcar e fazer a cobertura do zagueiro.
Ala não é um lateral que apóia mais do que o habitual. Só existe ala no esquema com três zagueiros. Ala é um armador que atua pelos lados, marca mais na frente e avança pela lateral e pelo meio.
Quando jogava de ala na Roma e na seleção do Felipão, a dificuldade do Cafu, em relação ao Mancini, era avançar pela meia direita e finalizar. Cafu só corria encostado na linha lateral.
Na seleção atual e no Milan, Cafu joga de lateral. Continua em forma. Espero vê-lo na próxima Copa, correndo e jogando com a mesma alegria e qualidade técnica e física.
Cafu é muito mais do que um excelente lateral. Tem outras virtudes que ultrapassam a análise técnica. Isso se reflete na sua carreira. É um exemplar profissional, simples e digno, dentro e fora de campo. E ainda joga sorrindo.

Convocação
Elano foi chamado para o lugar do Ronaldinho Gaúcho. De acordo com o sistema tático da seleção, há agora três reservas para o Emerson, na posição de volante ou armador pela direita: Renato, Juninho Pernambucano e Elano. Por outro lado, não existe um reserva pela esquerda com as características do Zé Roberto.
Robinho ficou de fora. Ele é um jogador diferente que pode atuar de várias maneiras, numa mesma partida. Marca no meio-campo e avança com habilidade e velocidade pelos lados. Não há um jogador com essa característica na reserva.

Melhor do Brasil
Discordo das opiniões de que o Santos é o melhor time do Brasil e o Cruzeiro é o melhor do campeonato. Os melhores momentos do Santos, como os atuais, são mais brilhantes do que os melhores do Cruzeiro, mas o time mineiro é mais seguro, regular, equilibrado e já teve também momentos espetaculares.
O campeonato ainda não está definido. O campeão será o melhor time do Brasil. Essa é a grande vantagem da fórmula por pontos corridos.

Mudanças para melhor
O futebol brasileiro está mudando. Nos últimos anos, pararam as viradas de mesa, foi adotada a fórmula de pontos corridos que deve ser mantida, acabaram os jogos às terças e quintas de uma mesma equipe, não têm acontecido partidas na mesma data da seleção e das equipes e só haverá 20 times na Série A em 2006.
Muitas outras coisas terão de mudar, como as partidas do Brasileirão serem realizadas somente nos finais de semana, os jogos da Copa do Brasil acontecerem no segundo semestre (isso não impedirá uma equipe jogar a Libertadores e a Copa do Brasil), a obrigatoriedade dos clubes cumprirem o Código do Torcedor e ter mudanças nos horários dos jogos. O Cruzeiro atuou duas partidas às 15h e 14h (horários locais) sob um intenso calor, e as finais da Série B serão às 11h, por causa de interesse da televisão.

Indisciplina
Vampeta foi indisciplinado ao abandonar o banco de reservas na partida contra o Goiás.
Há muita complacência da imprensa e da diretoria do Corinthians com o jogador. Ele se acha mais estrela do que é, fala o que quer e às vezes diz besteiras, algumas engraçadas.
Vampeta é um excelente jogador, mas nunca foi um craque. Nem se fosse, teria o direito, após uma longa e grave contusão, de afrontar o jovem técnico do Corinthians.

Revelações
Neste ano, as três grandes revelações do futebol brasileiro são do Sul: Daniel Carvalho e Nilmar, do Inter, e Dagoberto, do Atlético-PR. Dagoberto e Daniel Carvalho estão na seleção sub-20, e Nilmar, na sub-23.
Sem comparar a qualidade dos jogadores, se os três jogassem no Rio ou em São Paulo, estariam sendo considerados craques nacionais, como foram Diego, Robinho, Elano, Alex do Santos e Carlos Alberto, as principais revelações do ano passado.

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