|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Enquanto ataque vai mal, zaga da seleção com o comando atual é a mais eficiente desde o início da última década
Na defesa, Parreira supera antecessores
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A terceira gestão de Carlos Alberto Parreira na seleção brasileira é pobre na hora de marcar gols,
mas é bastante rica quando precisa evitar gols do adversário.
Em 2003, o time nacional, que
ontem se apresentou em Teresópolis para os treinos visando os
jogos contra Peru e Uruguai pelas
eliminatórias para a Copa-2006,
foi vazado só seis vezes em dez jogos, média de 0,60 por duelo.
Nenhum dos últimos cinco comandos técnicos da seleção, incluindo o próprio Parreira na passagem que culminou com o tetracampeonato mundial em 1994,
ostentou uma defesa tão segura.
Quem chegou mais perto foi
Luiz Felipe Scolari, com seu 3-5-2.
Durante a gestão do técnico gaúcho, o Brasil foi vazado, em média, 0,69 vez por partida.
Agora, apesar de manter praticamente o mesmo elenco de seu
antecessor, Parreira optou pelo 4-4-2 -e se deu bem. Nas dez vezes
que entrou em campo na temporada, a seleção terminou sem sofrer gols em seis oportunidades.
A boa performance aconteceu
contra rivais de bom nível. Na Copa das Confederações, na França,
em junho, o Brasil enfrentou três
rivais (Camarões, Turquia e EUA)
que estavam à época entre os 20
primeiros colocados do ranking
da Fifa. O time ainda fez amistosos fora de casa contra selecionados bem ranqueados, casos de
Portugal, México e Nigéria.
Pelas eliminatórias, o time sofreu apenas um gol em dois jogos.
Contra o Equador, que no qualificatório passado marcou três vezes
em duas partidas contra os brasileiros, Parreira e seus comandados não foram vazados.
Os bons números da defesa brasileira em 2003 acontecem mesmo com seguidas mudanças na
formação da zaga brasileira.
Nos dez jogos da equipe na temporada, seis zagueiros diferentes
começaram jogos da seleção. Nas
eliminatórias, Parreira efetivou
Lúcio e Roque Júnior, sendo que
este último passa por um momento ruim no seu novo clube, o
Leeds United, que está na lanterna do Campeonato Inglês com
uma média de 2,58 gols sofridos
por partida, a pior do torneio.
A seleção atual é segura mesmo
sem apelar para as faltas. A média
de infrações por jogo da equipe
não chega a 15 -no Campeonato
Brasileiro deste ano, nenhuma
equipe tem média inferior a 20.
Sinal trocado
Se na defesa o Brasil de Parreira
é um bom exemplo, no ataque a
situação é totalmente inversa.
Nos dez jogos da sua atual gestão, o treinador viu a seleção balançar a rede 11 vezes. A média de
1,10 só não é pior, entre os treinadores que dirigiram a seleção nos
últimos 12 anos, da registrada por
Emerson Leão, que foi demitido
em 2001 com seu time fazendo só
um gol por partida disputada.
Para Parreira, o pouco tempo
no comando da seleção explica o
baixo número de gols. "Ainda é
cedo para fazer essa cobrança",
diz o treinador, que também
aponta o uso de fortes retrancas
pelos rivais como um dos motivos
da dificuldade do Brasil em balançar as redes dos adversários.
Texto Anterior: Futebol - Tostão: Excelente, alegre e digno Próximo Texto: Time olímpico treina para não repetir principal Índice
|