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São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Enquanto ataque vai mal, zaga da seleção com o comando atual é a mais eficiente desde o início da última década

Na defesa, Parreira supera antecessores

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A terceira gestão de Carlos Alberto Parreira na seleção brasileira é pobre na hora de marcar gols, mas é bastante rica quando precisa evitar gols do adversário.
Em 2003, o time nacional, que ontem se apresentou em Teresópolis para os treinos visando os jogos contra Peru e Uruguai pelas eliminatórias para a Copa-2006, foi vazado só seis vezes em dez jogos, média de 0,60 por duelo.
Nenhum dos últimos cinco comandos técnicos da seleção, incluindo o próprio Parreira na passagem que culminou com o tetracampeonato mundial em 1994, ostentou uma defesa tão segura.
Quem chegou mais perto foi Luiz Felipe Scolari, com seu 3-5-2. Durante a gestão do técnico gaúcho, o Brasil foi vazado, em média, 0,69 vez por partida.
Agora, apesar de manter praticamente o mesmo elenco de seu antecessor, Parreira optou pelo 4-4-2 -e se deu bem. Nas dez vezes que entrou em campo na temporada, a seleção terminou sem sofrer gols em seis oportunidades.
A boa performance aconteceu contra rivais de bom nível. Na Copa das Confederações, na França, em junho, o Brasil enfrentou três rivais (Camarões, Turquia e EUA) que estavam à época entre os 20 primeiros colocados do ranking da Fifa. O time ainda fez amistosos fora de casa contra selecionados bem ranqueados, casos de Portugal, México e Nigéria.
Pelas eliminatórias, o time sofreu apenas um gol em dois jogos. Contra o Equador, que no qualificatório passado marcou três vezes em duas partidas contra os brasileiros, Parreira e seus comandados não foram vazados.
Os bons números da defesa brasileira em 2003 acontecem mesmo com seguidas mudanças na formação da zaga brasileira.
Nos dez jogos da equipe na temporada, seis zagueiros diferentes começaram jogos da seleção. Nas eliminatórias, Parreira efetivou Lúcio e Roque Júnior, sendo que este último passa por um momento ruim no seu novo clube, o Leeds United, que está na lanterna do Campeonato Inglês com uma média de 2,58 gols sofridos por partida, a pior do torneio.
A seleção atual é segura mesmo sem apelar para as faltas. A média de infrações por jogo da equipe não chega a 15 -no Campeonato Brasileiro deste ano, nenhuma equipe tem média inferior a 20.

Sinal trocado
Se na defesa o Brasil de Parreira é um bom exemplo, no ataque a situação é totalmente inversa.
Nos dez jogos da sua atual gestão, o treinador viu a seleção balançar a rede 11 vezes. A média de 1,10 só não é pior, entre os treinadores que dirigiram a seleção nos últimos 12 anos, da registrada por Emerson Leão, que foi demitido em 2001 com seu time fazendo só um gol por partida disputada.
Para Parreira, o pouco tempo no comando da seleção explica o baixo número de gols. "Ainda é cedo para fazer essa cobrança", diz o treinador, que também aponta o uso de fortes retrancas pelos rivais como um dos motivos da dificuldade do Brasil em balançar as redes dos adversários.


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