São Paulo, quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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TÊNIS

Frustração


Masters, disputado no meio do deserto, longe dos fãs, simboliza o circuito feminino desta temporada: frustrante

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

ERA UMA VEZ , o tênis feminino tinha o fim de ano mais badalado dentre vários esportes.
Sua elite, com as melhores jogadoras da temporada, reunia-se, alguns anos em Oakland, outros em Nova York, para, em pleno inverno, coroar a melhor das melhores.
Não havia desistências, lesões, cansaço, reclamações, pelo contrário. Era a festa com as carismáticas tenistas, que haviam brilhado ao longo do ano, as campeãs dos Grand Slams, dos outros maiores torneios.
Flashes, entrevistas, fotógrafos, câmeras de TV, fãs em busca de um autógrafo. O público lotava cada dia de jogos, pagando ingressos caros e ávido por não perder nenhum minuto de cada duelo. Martina Navratilova, Chris Evert, Hana Mandlikova, Gabriela Sabatini, Steffi Graf, Monica Seles e Martina Hingis, estrelas que brilharam em jogos no Masters feminino ao longo dos anos.
Este Masters foi o anticlímax. Levado para o deserto, literalmente, afastou o maior público fã do tênis. A imagem mais marcante do Masters de Doha, aliás, foi justamente a de Ana Ivanovic e Vera Zvonareva batendo bola, solitárias, numa quadra no meio à areia do deserto.
O que mais chamava a atenção no duelo entre as números um e cinco do ranking eram as cadeiras vazias.
A final reuniu as números sete e oito do ranking, justamente as "menos qualificadas" do evento.
Faltou Maria Sharapova? Sim: a russa, não só por seu talento e seus títulos mas por sua beleza e seu carisma, ajudaria o Masters, no mínimo, a ter um pouco de charme.
Faltou Justine Henin? Sem dúvida: a belga, não tivesse decidido se aposentar subitamente, daria mais força ao evento e, ninguém duvida, sairia no mínimo com um troféu. Mas mais do que tudo: faltou uma número um de verdade, uma tenista forte, líder do ranking e que pudesse ou ser desafiada pelas outras boas tenistas, ou sacramentar sua supremacia de maneira incontestável.
Jelena Jankovic, zero Grand Slams, só nove títulos na carreira, fecha o ano como melhor do mundo. O Masters simboliza o circuito feminino de 2008: frustrante.

EM SANTIAGO
Thomaz Bellucci foi vice na última etapa da Copa Petrobras. Perdeu para Peter Luczak (AUS).

EM PORTO ALEGRE
Julio Silva ganhou o future local, batendo Rogério Silva na final.

EM AMERICANA
Rodrigo Schaefer, Marina Lebrão (18 anos), Felipe Custódio, Gabriela Cé (16), Hugo Dojas, Bruna Magalhães (14), Osni Junior e Carolina Meligeni Alves (12) ganharam o Masters do Circuito Unimed. O circuito teve como campeões Schaefer, Lebrão (18), Custódio, Cé (16), Higor Silva, Magalhães (14), Roberto Bazzarella e Gabriella Alves (12).

reandaku@uol.com.br



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