|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Torneios on-line turbinam tiro esportivo no Brasil
Sistema de stand virtual derruba gastos e faz esporte ganhar mais competidores
Com competições on-line, confederação brasileira da modalidade já contabiliza aumento expressivo de atletas nos campeonatos
GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um sistema on-line que
custou R$ 20 mil à CBTE (Confederação Brasileira de Tiro Esportivo) para ser integrado ao
seu banco de dados, a entidade
vem mudando a dinâmica desse esporte no país.
Neste ano, os campeonatos
brasileiros de provas que integram as modalidades carabina,
pistola, tiro ao prato e trap estão sendo disputadas em
stands virtuais montados em
diversos Estados.
A inovação, sugerida pelo
presidente da CBTE, Frederico
Costa, deu novo ânimo ao tiro
esportivo brasileiro.
Segundo o gerente de tecnologia da confederação, Mauricio Fernandes, houve etapas
desta temporada, a exemplo da
realizada no Ceará, em julho,
que apresentaram aumento de
quase 50% no número de atletas se comparadas aos torneios
equivalentes de 2007.
"Conseguimos uma forma de
fazer os atiradores descartarem
custos. Eles não precisam gastar, a cada etapa, com passagens e hospedagem. Podem
competir na sua própria cidade.
Isso abre uma outra perspectiva para o esporte", afirma Frederico Costa.
Os stands virtuais são locais
que abrigam atiradores que não
se apresentam na base do campeonato. Nesses pontos há um
árbitro da CBTE responsável
por homologar as pontuações e
digitá-las no sistema on-line.
Os resultados, assim que inseridos no sistema, são acessados em todos os locais de prova
e exibidos em telões para que os
atletas acompanhem como anda a performance de cada rival.
Atirador que representou o
Brasil na Olimpíada de Pequim
nas provas de pistola de ar 10 m,
pistola livre 50 m e tiro rápido
25 m, Júlio Almeida é um dos
que já comemoram a redução
de gastos com competições.
"Na semana passada, houve a
Copa Recife, uma disputa que
valia pontos para o ranking nacional. Eu não gastaria menos
de R$ 1.500 para competir em
Pernambuco, mas só desembolsei a inscrição, que me custou R$ 50,00, e atirei no Rio de
Janeiro, cidade onde moro."
Apesar da boa aceitação que
vem tendo entre os atletas, as
provas on-line não substituem
totalmente as presenciais.
Há torneios, como a última
etapas dos campeonatos brasileiros, que exigem a presença
dos atleta na base. A intenção
da CBTE é fazer com que os atiradores não deixem de sentir a
pressão de disparar a arma com
os adversários ao lado, já que
em competições internacionais
as provas ainda são presenciais.
Júlio Almeida, entretanto,
defende que a disputa virtual
também apresenta peculiaridades que podem abalar o emocional do atirador.
"Eu posso começar a prova
sem saber se os meus principais adversários estarão lá, pois
como é permitido se inscrever
até minutos antes da competição, corro o risco de só saber
quem está atirando quando os
resultados aparecerem no telão, e isso sempre desperta uma
enorme ansiedade", diz.
Texto Anterior: Tostão: Prosa e poesia Próximo Texto: Fraude: Treinadores e árbitros descartam chance de manipulação Índice
|