São Paulo, Domingo, 12 de Dezembro de 1999


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O início da dinastia HMTF?


Atlético-MG tenta deter o milionário Corinthians na abertura das finais do Brasileiro-99
Otávio Dias de Oliveira/Folha Imagem
O atacante Guilherme, artilheiro do Brasileiro, com 25 gols, descansa no hotel do Atlético-MG, que recebe hoje no Mineirão o Corinthians, no primeiro jogo da final


da Reportagem Local

Após ver seus rivais brilharem ao longo das últimas décadas, o Corinthians tem a partir de hoje a primeira grande chance de estabelecer uma inédita hegemonia.
Se bater o Atlético-MG na decisão do Brasileiro, que começa hoje, às 18h30, em Belo Horizonte, o time chegará ao bicampeonato e dará contornos a "era HMTF".
O fundo de investimentos norte-americano, que assumiu o time em abril, trouxe seis dos titulares de hoje: Dida, César Prates, Luciano, Vampeta, Edílson e Luizão. Sem falar em Marcelinho, adquirido pelo clube, mas com dinheiro do parceiro.
Já o seu rival, o Atlético-MG, mantém uma administração tradicional, minada por dívidas, e por isso apresenta uma equipe com vários atletas emprestados -só anteontem fechou um patrocínio-tampão, para as finais.
A espera dos corintianos por essa hegemonia vem desde os anos 50, quando começou a pior fase do time -22 anos de fila, mais até do que durou a era de ouro do Santos, a era Pelé (1957-1973).
Nos anos 90, a primeira equipe a dominar o cenário nacional foi o São Paulo, na ""era Telê" (1991-1994), com dois títulos paulistas, um brasileiro, dois da Libertadores (além de um vice), dois do Mundial interclubes e, já na fase descendente, um da Copa Conmebol. O segredo era uma comissão técnica eficiente amparada por uma organização inédita.
Aos poucos, foi superado pelo Palmeiras, que cresceu ao assinar um inédito contrato de co-gestão com a multinacional Parmalat.
Em relação à sua antecessora, a ""era Parmalat" foi mais longa (com duas fases), mas menos prolífica em títulos internacionais.
Na primeira fase, sob o comando de Wanderley Luxemburgo, o Palmeiras saiu da fila de 16 anos sem vencer títulos e ganhou três Paulistas e dois Brasileiros.
Na segunda, com Luiz Felipe Scolari, houve menos títulos, mas todos inéditos: Copa do Brasil, Copa Mercosul e Libertadores.
Agora, pode ser a vez do Corinthians. O time que dominou o futebol paulista na fase do amadorismo, não tem um período de tantos títulos desde os anos 20 e 30, quando ganhou três tricampeonatos estaduais em 18 anos.
Nos últimos três anos, o time venceu dois Paulistas e chegou à final de outro, ganhou um Brasileiro e é favorito para o deste ano.
Mas, mais importante, o time, por liderar o campeonato de ponta a ponta, adquiriu aura de equipe quase imbatível, de referência nacional, como já foram seus rivais e como ele não havia sido ainda nesta metade de século.


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