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FUTEBOL
Após brigas na primeira tentativa de votação, Polícia Militar fica hoje de prontidão na Vila Belmiro
Clima tenso envolve eleição no Santos
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
O risco de confronto físico entre
integrantes das duas chapas que
disputam hoje a eleição no Santos
vai colocar em prontidão a Polícia
Militar na cidade.
O tenente-coronel Renato Ferreira da Cruz, comandante do policiamento na cidade, afirmou
que não haverá esquema especial,
mas as equipes que estiverem patrulhando o bairro da Vila Belmiro estarão orientadas para pedir
reforço em caso de aglomeração
diante do estádio santista.
"Tenho uma cidade inteira para
policiar, não posso me concentrar
somente no Santos, mas essa eleição nos preocupa. Se pressentirmos alguma agressão, passaremos a deslocar pessoal para a Vila
Belmiro", afirmou Cruz.
A eleição no clube paulista ganhou proporções semelhantes a
de um pleito municipal. Os candidatos colocaram faixas e cartazes
pelas ruas, e a disputa é assunto
nos principais pontos de encontro de Santos.
No último dia 4, data para a qual
estava originalmente marcada a
eleição, houve confusão e troca de
agressões entre integrantes das
duas chapas que disputam o comando do clube.
A situação está representada pela chapa Tradição Alvinegra, encabeçada pelo atual vice-presidente do clube, José Paulo Fernandes, que tem apoio de Pelé,
ex-jogador do time.
A chapa de oposição é a Novos
Rumos, cujo candidato à presidência é Marcelo Teixeira, que já
dirigiu o Santos.
A votação começa às 10h de hoje, mas a movimentação nos arredores do clube deverá ter início
por volta das 8h.
Liminar
Na primeira tentativa de realizar
a eleição, o presidente do Conselho Deliberativo, Florival Barletta,
teve de deixar a Vila Belmiro escoltado pela polícia, pois estava
sendo ameaçado por apoiadores
das duas facções, inconformados
com a suspensão da votação naquele dia.
O motivo da suspensão foi uma
liminar (decisão provisória da
Justiça) obtida nos tribunais pelo
conselheiro Nelson Barros Rodrigues. Ele pleiteava sua inclusão na
lista dos efetivos, o que automaticamente garantiria sua reeleição
como conselheiro, independentemente da chapa vencedora.
Para fazer seu pedido à Justiça,
Rodrigues se baseou no estatuto
do clube, que prevê a efetivação
do conselheiro após cinco mandatos consecutivos.
O impasse foi superado dias depois, com um acordo entre as
duas chapas, fazendo com que
Rodrigues e mais 61 conselheiros
fossem registrados como suplentes de efetivo.
Com isso, ele retirou a ação na
Justiça, o que garantiu a realização, hoje, da eleição.
O clima tenso que envolve o
Santos, clube brasileiro de maior
expressão internacional nas décadas de 60 e 70, ao lado do Botafogo-RJ, é fruto das campanhas irregulares da equipe, uma das
mais tradicionais do país.
O Santos não ganha um título
de expressão nacional há 15 anos.
A última grande conquista do clube foi o Paulista de 84, conquistado com uma vitória sobre o Corinthians, no Morumbi.
Nesta década, o Santos deixou
escapar, em 95, a chance de se sagrar, pela primeira vez em sua história, campeão brasileiro. O time
foi derrotado pelo Botafogo-RJ no
jogo final, em São Paulo.
Neste ano, o Santos ficou fora da
final do Paulista e não se classificou para a segunda fase do Campeonato Brasileiro. O clube também foi eliminado do torneio seletivo para a Libertadores.
Colaborou a Reportagem Local
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