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Diferentemente dos rivais, Guga joga Grand Slam australiano embalado
Aberto para decolar
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
O Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam do ano, é atualmente alvo de controvérsia por
causa de suas peculiaridades.
Como o torneio é disputado na
terceira semana da temporada na
Oceania e sob intenso calor, os tenistas precisam iniciar a preparação antes das festas de fim de ano.
Os jogadores reclamam que o
atual calendário é muito carregado e que sobra pouco tempo para
recarregar as baterias.
Tal cenário, porém, não deve
afetar Gustavo Kuerten, 26, que
tem estréia prevista para a noite
de hoje ou a madrugada de terça,
contra o marroquino Hicham
Arazi, o 101º do mundo.
Para esta temporada, o brasileiro afirma ter realizado ""a melhor
preparação dos últimos cinco
anos", o que já lhe rendeu no fim
de semana o título do Torneio de
Auckland. O planejamento para
2003 começou no início do mês
passado, quando Guga se dedicou
apenas aos treinamentos em
Camboriú (SC), onde eram registradas altas temperaturas.
""Agora é o momento de olhar
para trás e lembrar todo o trabalho. Foram 30 dias de muita atividade mesmo, todos puderam ver
isso", afirmou ele, que também
jogará sem a pressão de defender
pontos no Aberto da Austrália.
Se Guga chega embalado ao
Grand Slam, vários favoritos ao título na Austrália não se encontram na melhor forma física.
O mais afetado é o russo Marat
Safin, que disputou o Masters, em
meados de novembro, e a decisão
da Copa Davis, encerrada em 1º
de dezembro. Sua estréia neste
ano aconteceu na semana passada, no Torneio de Sydney.
"Temos as férias mais curtas do
que qualquer outro esporte. Os
atletas não têm tempo para se recuperar e se preparar para a temporada", disse Safin, o terceiro do
ranking, que abandonou o Torneio de Sydney nas quartas-de-final com problemas no ombro.
Além dele, Lleyton Hewitt
(AUS), que terminou os dois últimos anos no topo do ranking da
ATP e pode enfrentar Guga na
terceira rodada do Aberto da Austrália, admitiu estar cansado e falou até em reduzir seu calendário.
O novato suíço Roger Federer,
que jogou seu primeiro Masters
em 2002, também sofre com o
desgaste. Campeão em Sydney no
ano passado, o número seis do
mundo caiu na estréia neste ano.
Além do pouco tempo de descanso, a mudança climática do
fim de uma temporada para o início da outra deve desafiar os tenistas na Austrália. O circuito da
ATP termina no começo de dezembro, geralmente em quadras
cobertas e no inverno do hemisfério Norte. A largada para 2003,
por exemplo, foi dada no último
dia 30 em países que registram altas temperaturas nesta época do
ano. Na semana passada, alguns
jogos no Torneio de Sydney foram disputados a 45C.
Martina Navratilova, ex-número um do mundo e três vezes campeã do Grand Slam, diz que jogar
o Aberto da Austrália em janeiro é
perigoso. "Alguém vai morrer antes que as coisas mudem, mas
creio que ele deveria ser em fevereiro, pelo menos", escreveu Navratilova, 46, em um jornal australiano. "Adoraria jogar aqui,
mas é muito quente em janeiro."
A discussão para uma eventual
mudança no torneio ganhou força com uma entrevista do presidente da Federação Internacional
de Tênis, Francesco Ricci-Bitti,
para o jornal alemão "Die Welt".
Ele disse que estuda marcar o
Grand Slam em março, antecipando os Masters Series de Indian
Wells e Miami para fevereiro. Mas
não será uma tarefa fácil.
O presidente da Federação Australiana de Tênis, Geoff Pollard,
disse que a mudança causaria
transtorno logístico, já que que o
circuito australiano (que inclui os
torneios de Sydney, Canberra,
Gold Coast e Perth) teria de
acompanhar o Aberto.
Com agências internacionais
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