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FUTEBOL
Clube fecha 2004 com déficit superior a R$ 12 milhões e demite diretor
No vermelho, São Paulo
perde fôlego para comprar
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo vendeu seu principal jogador em 2004, mas isso não
foi suficiente para tirar o clube do
do vermelho. A agremiação do
Morumbi fechou o ano passado
com déficit superior a R$ 12 milhões. Não à toa, o clube tem tido
dificuldade para contratar atletas.
A sangria orçamentária provocou até uma crise na cúpula do
Morumbi. Chafik Rayes, que ocupava o cargo de diretor de orçamento e controle, foi demitido pelo presidente Marcelo Portugal
Gouvêa no final do ano passado.
Rayes vinha criticando a política
financeira do clube. Para o lugar
dele, foi nomeado o conselheiro
João Hercilio Bastos.
A justificativa para encerrar
2004 nessa situação é o rombo
provocado pela área social e o pequeno caixa obtido pela venda de
atletas. Em 2004, só Luis Fabiano
foi negociado. A transação com o
Porto, de US$ 9,5 milhões, rendeu
ao clube cerca de US$ 8 milhões,
descontando-se taxas cambiais,
comissões e a porcentagem do
atleta, que foi de 15%.
Segundo a diretoria, há necessidade de vender US$ 12 milhões
para o clube não encerrar um ano
no vermelho. Em 2003, as vendas
de Kaká, Júlio Baptista e Kléber
renderam cerca de US$ 14 milhões à equipe, que apresentou,
em seu balanço financeiro, superávit de R$ 7,2 milhões.
Além do menor volume de transações de jogadores, a diretoria
atribui à área social o ano negativo. Em 2004, o déficit, sem contar
o futebol, foi da ordem de R$ 7
milhões. As equipes amadoras,
como vôlei, também representam
prejuízo. Só com as categorias de
base do futebol, os gastos são de
US$ 2 milhões anuais.
No ano passado, o São Paulo
custou mais de R$ 90 milhões, R$
19 milhões a mais do que o orçado. No mês passado, a diretoria
pediu suplementação orçamentária de R$ 14 milhões ao Conselho
Deliberativo do clube.
O futebol são-paulino, que até
setembro apresentava déficit de
R$ 37 mil, também terá orçamento mais enxuto em relação ao ano
passado, quando gastou R$ 56
milhões. Em 2005, a previsão é de
R$ 41 milhões. Nesta semana, o
clube perdeu o meia Tcheco por
causa de US$ 300 mil, valor pago
pelo Santos para ter o jogador do
Al-Ittihad por empréstimo.
"Não perdemos jogador por dinheiro. Só não podemos fazer
loucuras. Nunca tivemos problemas em viabilizar dinheiro", diz o
diretor de planejamento do clube,
João Paulo Jesus Lopes.
"Todos os clubes são deficitários. Oxalá o presidente da República tome uma atitude em relação ao futebol. Algumas pessoas
reclamam quando vendemos os
melhores jogadores. Mas é a única
maneira de sobrevivermos. Se alguém tiver um coelho na cartola,
me avise", diz o vice de futebol do
São Paulo, Juvenal Juvêncio.
O clube do Morumbi afirma
também que a contribuição dos
cerca de 6.000 sócios (R$ 70 mensais cada um) está defasada.
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