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BOXE
Popó x Barrios: "Assalto do Ano"
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A pós ter caído no início do
assalto, Popó desfere golpe
de direita que congela momentaneamente Jorge Barrios, o desafiante argentino, que fica de braços abertos no centro do ringue.
Deu mesmo a impressão de que
aquela cena ficou congelada como se alguém tivesse apertado o
pause do videocassete. Até que a
tecla é acionada de novo e "La
Hiena" cai pesadamente na lona,
com todo jeito de quem não vai
retornar para o assalto seguinte.
De algum modo, o valente Barrios retirou forças não sei de onde
para se levantar. Como prêmio,
foi salvo pelo gongo e ainda conseguiu retornar ao seu córner.
Pelo episódio acima, o brasileiro e Barrios protagonizam uma
das premiações anuais da publicação especializada "The Ring",
na categoria "assalto do ano", segundo informam a esta coluna os
editores da revista americana.
"Perfeito", foi o único comentário sobre a escolha feito pelo baiano, que, após três anos sem patrocínio, foi chamado pela Companhia Energética de Goiás para
uma conversa sobre o tema hoje.
O confronto entre Popó e Barrios também foi selecionado como
a segunda melhor "luta do ano".
O vencedor foi o terceiro capítulo
de Arturo Gatti x Micky Ward.
Nesse ponto, discordei da opinião dos editores. Para mim, Popó x Barrios deveria ter levado
"luta do ano" também. Foi mais
emocionante que Gatti x Ward.
Popó e Barrios sofreram duas
quedas cada um, e o resultado da
luta primou pela dramaticidade.
Gatti x Ward? O primeiro episódio da trilogia, dizem (confesso
que não assisti), foi sem par. Porém esse derradeiro capítulo foi
dominado por Gatti, apesar de ter
tido uma queda computada contra si ao tocar a lona após acertar
golpe no rival -por conta de dor,
pois estava com a mão quebrada.
Foi simplesmente o caso de quererem homenagear o bravo Gatti,
porém com a premiação errada.
Eric Raskin, um dos editores da
"The Ring", argumenta que a luta estava parelha no começo do
sétimo assalto, com apenas um
ponto separando os adversários
nas papeletas dos jurados.
O norte-americano acrescentou
que a queda computada contra
Gatti no sexto assalto deu mais
drama ao combate, apesar de ter
vencido todos os posteriores. "Porém nenhum deles foi fácil e quase todos foram constantemente
emocionantes", completou ele.
"Teve gente que achou a minha
luta a melhor, muitos gostaram
de Gatti x Ward, que eu não assisti, e até James Toney x Vassilyi Jirov foi apontada como o melhor
combate do ano. Se estivesse bem
psicologicamente, teria nocauteado Barrios em uns dois ou três assaltos", afirmou Popó, em alusão
ao fato de estar separado da mulher, Eliana, à época do combate.
Para o futuro de Popó, a OMB
já anuncia uma defesa obrigatória contra o russo Yuri Romanov,
controlado por seu ex-co-promotor, o britânico Frank Warren.
Mais interessante do que a luta
em si -Romanov tem só 16 lutas- será observar o encontro de
Warren com o promotor de Popó,
o norte-americano Arthur Pelullo. Desde que desfizeram sua relutante parceria, não morrem de
amor um pelo outro.
Revista 1
Outros vencedores da premiação anual da "The Ring": 1) Lutador:
James "Lights Out" Toney; 2) Nocaute: Rocky Juarez KO 10 Antonio
"Chelo" Diaz; 3) Zebra: Corrie Sanders KO 2 Wladimir Klitshko; 4)
Retorno do ano: Toney; 5) Evento: Roy Jones luta entre os pesados.
Revista 2
E já que estamos no assunto de publicações de boxe, a "KO" publica
em sua edição de junho de 2004 matéria intitulada "É agora ou nunca". Foram selecionados seis pugilistas que "têm o potencial para ser
"superstars", mas que têm de dar um passo em 2004". Popó é um deles, os outros são Corrie Sanders (pesado), Joe Calzaghe, Winky
Wright, Zab Judah e Ricky Hatton, que deve enfrentar o brasileiro
Kelson Pinto por um título interino da OMB nos próximos meses.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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