São Paulo, quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

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TÊNIS

Quer jogar?


Decisão aparentemente fácil, distribuição de convites pode definir sucesso (ou fracasso) de um torneio


RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

QUANDO VOCÊ é o organizador de um torneio, tem o direito de convidar algumas pessoas que você quer ou gosta para entrar direto na chave principal. O organizador distribui os "wild cards". Maravilhoso? Você é o dono da bola, da quadra, e ainda chama quem você quiser para jogar o seu torneio.
No Brasil Open, esse trabalho cabe ao ex-tenista e hoje executivo Fernando von Oertzen, formalmente vice-presidente da Koch Tavares. Von Oertzen tem o trabalho de pensar quem poderia ser uma boa participação no único ATP Tour brasileiro. Para este ano, quis Marat Safin. O russo, ex-número um, tinha interesse em conhecer o Brasil.
Além disso, seu treinador, o argentino Hernán Gumy, falara maravilhas do evento, da organização, da Bahia. Mas faltaram detalhes, calendário, logística, piso, e o russo ficou fora. Os convites ficaram com Gustavo Kuerten, Marcos Daniel e Thomaz Bellucci. "O Guga foi convidado por motivos óbvios", diz Von Oertzen.
"Marcos Daniel é o mais bem colocado no ranking, também é óbvio convidá-lo. E o Bellucci é em quem temos apostado, tem crescido." Pois em alguns países, como Brasil, o organizador "sofre" com essa restrição: precisa "reservar" convites para que o próprio país tenha tenistas na competição. Não fosse isso, não haveria brasileiro no ATP Tour.
Se os brasileiros estivessem bem no ranking, não precisariam de convites. "Seria possível experimentar mais, eventualmente convidar um tenista mais novo, buscar outros lá fora, com história, carisma." Pois o trabalho de Von Oertzen, não ele diretamente, foi criticado por Flávio Saretta, semifinalista em 2007, fora agora. "Por que não jogou o quali? Preferiu um quali nos EUA?
Foi precipitado", opina Von Oertzen, sem pretender criar polêmica. E então? Você iria de Davydenko, quarto melhor do mundo hoje, ou Safin, lá atrás? Apostaria em Bellucci ou confiaria em Saretta? E se o convidado der vexame e cair fácil na estréia? Ou, pior, e se o convidado tirar sua maior estrela, como Saretta contra Guga em 2001? Pensou que fosse fácil?

NOS EUA
Saretta caiu no quali em Delray Beach. Como defendia pontuação de semifinalista de ATP Tour, justamente o da Costa do Sauípe, vai despencar no ranking -hoje é 185º.

NA BAHIA
Depois de Guga falar "adeus", Larri Passos revelou querer se envolver mais com a nova geração. "Disciplina e rotina", disse, sobre o que os jovens precisam mais.

POR AÍ
Ricardo Hocevar conquistou o título de um future no México. Flávia Borges ganhou a etapa boliviana da Cosat e subiu mais de 500 posições no ranking da ITF -é a 296ª.

reandaku@uol.com.br


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