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TÊNIS
Quer jogar?
Decisão aparentemente fácil, distribuição de convites pode definir sucesso (ou fracasso) de um torneio
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RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
QUANDO VOCÊ é o organizador
de um torneio, tem o direito
de convidar algumas pessoas
que você quer ou gosta para entrar
direto na chave principal. O organizador distribui os "wild cards". Maravilhoso? Você é o dono da bola, da
quadra, e ainda chama quem você
quiser para jogar o seu torneio.
No Brasil Open, esse trabalho cabe ao ex-tenista e hoje executivo
Fernando von Oertzen, formalmente vice-presidente da Koch Tavares.
Von Oertzen tem o trabalho de
pensar quem poderia ser uma boa
participação no único ATP Tour
brasileiro. Para este ano, quis Marat
Safin. O russo, ex-número um, tinha
interesse em conhecer o Brasil.
Além disso, seu treinador, o argentino Hernán Gumy, falara maravilhas
do evento, da organização, da Bahia.
Mas faltaram detalhes, calendário,
logística, piso, e o russo ficou fora.
Os convites ficaram com Gustavo
Kuerten, Marcos Daniel e Thomaz
Bellucci. "O Guga foi convidado por
motivos óbvios", diz Von Oertzen.
"Marcos Daniel é o mais bem colocado no ranking, também é óbvio
convidá-lo. E o Bellucci é em quem
temos apostado, tem crescido."
Pois em alguns países, como Brasil, o organizador "sofre" com essa
restrição: precisa "reservar" convites para que o próprio país tenha tenistas na competição. Não fosse isso,
não haveria brasileiro no ATP Tour.
Se os brasileiros estivessem bem
no ranking, não precisariam de convites. "Seria possível experimentar
mais, eventualmente convidar um
tenista mais novo, buscar outros lá
fora, com história, carisma."
Pois o trabalho de Von Oertzen,
não ele diretamente, foi criticado
por Flávio Saretta, semifinalista em
2007, fora agora. "Por que não jogou
o quali? Preferiu um quali nos EUA?
Foi precipitado", opina Von Oertzen, sem pretender criar polêmica.
E então? Você iria de Davydenko,
quarto melhor do mundo hoje, ou
Safin, lá atrás? Apostaria em Bellucci ou confiaria em Saretta? E se o
convidado der vexame e cair fácil na
estréia? Ou, pior, e se o convidado tirar sua maior estrela, como Saretta
contra Guga em 2001?
Pensou que fosse fácil?
NOS EUA
Saretta caiu no quali em Delray
Beach. Como defendia pontuação
de semifinalista de ATP Tour, justamente o da Costa do Sauípe, vai
despencar no ranking -hoje é 185º.
NA BAHIA
Depois de Guga falar "adeus",
Larri Passos revelou querer se envolver mais com a nova geração.
"Disciplina e rotina", disse, sobre o
que os jovens precisam mais.
POR AÍ
Ricardo Hocevar conquistou o título de um future no México. Flávia Borges ganhou a etapa boliviana da Cosat e subiu mais de 500 posições no ranking da ITF -é a 296ª.
reandaku@uol.com.br
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