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Justiça ameaça rebaixar o Araçatuba
da Reportagem Local
O Araçatuba, último colocado
Grupo 2 da Série A-1, tem uma semana para quitar seus débitos
com ex-jogadores e com o INSS ou
será eliminado do Paulista e rebaixado à Série A-2.
Essa posição foi manifestada ontem pelo presidente do Tribunal
de Justiça Desportiva do futebol
paulista, Marco Polo del Nero.
O TJD, na segunda-feira, já havia condenado o Araçatuba ao rebaixamento.
Mas Del Nero suspendeu provisoriamente os efeitos dessa decisão alegando que o presidente do
clube, Antônio Edwaldo Costa, o
Dunga, manifestara ""boa vontade
em fazer o clube pagar o que deve". A dívida passa de RÏ 700 mil.
Dunga se manifestou surpreso
com a ameaça. ""Já fiz um monte
de acordo com os jogadores, paguei tudo, e vem isso agora. É uma
campanha para rebaixar o Araçatuba", afirmou.
Mas, segundo Del Nero, o Araçatuba fez acordo com alguns dos
seus credores e está perto de fechar com o maior deles, o grupo
de jogadores representado pelo
Sindicato dos Atletas Profissionais
do Estado de São Paulo.
Mas Olavo Nogueira Ribeiro Jr.,
advogado do sindicato, negou que
esteja próximo um acordo com o
clube. ""Na quarta-feira, o Dunga
se reuniu conosco, manifestou a
intenção de pagar, mas disse que
só poderia fazê-lo se a Federação
Paulista de Futebol liberasse um
dinheiro que estaria retendo."
Segundo Ribeiro, como na reunião não havia representantes da
FPF, não foi possível estabelecer
os termos de um futuro acordo.
""Se eles aparecerem com uma
proposta concreta, somos os primeiros a ter interesse em aceitá-la", disse.
Dunga negou a negociação. ""O
Araçatuba não negocia com esse
sindicato fantasma, só faz acordo
direto com os jogadores. Além
disso, não reconhecemos as dívidas julgadas pela Justiça Desportiva, só apela Trabalhista."
Segundo o dirigente, foi o próprio presidente da FPF, Eduardo
José Farah, que autorizou o clube
a ignorar as dívidas (normalmente
salários, luvas e prêmios atrasados) julgadas na esfera esportiva.
Del Nero, porém, disse que essa
posição nem merece comentários.
""Quero que a conversa aconteça
num nível alto", explicou.
O Araçatuba, apesar de estar na
principal divisão do futebol paulista, não possui quase nenhum
patrimônio.
Funciona em salas do estádio
Adhemar de Barros, que pertence
à prefeitura, que, além disso, destina verbas públicas ao clube todos os anos.
A grande maioria dos dirigentes
e ex-dirigentes do Araçatuba é formada pela classe política. O presidente, o vice-presidente e o tesoureiro do clube são vereadores na
cidade.
(MARCELO DAMATO)
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