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FUTEBOL
Time reencontra a Portuguesa, com quem caiu junto para a Série B do Nacional, mas que trilhou caminho oposto
De cima, Palmeiras revê colega de queda
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Estádio do Parque Antarctica.
Nove de agosto de 2003. Nesse
dia, Palmeiras e Portuguesa, companheiros de descenso no Campeonato Brasileiro do ano anterior, duelaram pela última vez antes de separar seus caminhos,
completamente distintos a partir
do mesmo ponto de partida.
Hoje, quase um ano e meio depois daquele encontro válido pela
Série B, as duas equipes voltam a
se encarar. O local do confronto é
o mesmo, mas a situação dos dois
clubes é diametralmente oposta,
com os palmeirenses, antes colegas de agruras na segunda divisão, olhando de cima para baixo
para o time do Canindé.
O Palmeiras que entra em campo às 16h conseguiu assimilar o
baque da queda para a segunda
divisão nacional. Revelou alguns
jogadores, voltou à elite um ano
depois de ser rebaixado e, nesta
temporada, está de volta à Taça
Libertadores da América.
Mesmo neste Paulista-2005, em
que viveram momentos turbulentos, os palmeirenses estão em recuperação. O time já não perde há
três partidas no Estadual e, depois
de amargar uma série de seis jogos sem triunfos que o deixou na
12ª colocação, o Palmeiras agora
ocupa a oitava posição.
Nos bastidores, o clube também
passou por mudanças, ainda que
pequenas, e tenta aos poucos se
acostumar com a forma de comando de seu novo presidente.
Affonso Della Monica, que com
pouco mais de um mês se viu
obrigado a trocar o técnico do time, ainda tenta acertar os ponteiros no comando do Palmeiras,
que por 12 anos esteve nas mãos
de Mustafá Contursi -prestes a
voltar à cena como presidente do
Conselho Deliberativo do clube.
Já a Portuguesa só se afundou
mais e mais desde aquele jogo que
marcou o fim da trajetória conjunta com o rival de hoje.
Sem conseguir sequer se classificar para as fases finais da Série B
nas duas temporadas em que disputou, o clube já fez de tudo. Trocou técnico, diretoria, presidente
e até elenco. Nada.
No Paulista, depois de montar
às pressas um time, a Portuguesa
flerta com o rebaixamento desde
a primeira rodada. Com uma
campanha pífia (seis derrotas,
quatro empates e uma única vitória), a equipe que na década de 90
chegou a um vice-campeonato
brasileiro ocupa o penúltimo lugar na classificação, com sete
pontos. Se for batida pelo Palmeiras, corre o risco de terminar a
jornada na lanterna do Estadual.
A situação da Portuguesa tem
comovido até mesmo seus rivais.
"É um time simpático para todos. É uma pena. Tomara que eles
se recuperem, mas não no domingo [hoje]", disse Marcos, que vê
no fato de o time do Canindé já
entrar em sua terceira temporada
sem conseguir voltar à elite do
Nacional o motivo para a derrocada tão acentuada. "Quanto
mais tempo você fica na segunda
divisão, mais difícil fica para subir. É por isso que a gente se matou para subir rápido."
Candinho, responsável pelas últimas vezes em que a Portuguesa
disputou lugares no topo dos
campeonatos, também se solidariza. "Eu torço para que ela não
caia. É um time simpático." Ironicamente, ele enfrentou a Portuguesa no último jogo do time na
Série A, quando dirigia o Bahia.
O jogo contra os palmeirenses é
encarado entre os jogadores da
Portuguesa como um potencial
marco para uma recuperação
que, rodada após rodada, parece
cada vez mais utópica.
"Digo a eles que chegou a hora.
A mídia toda vai estar em cima da
gente. É jogo para aparecer e virar
herói. Está faltando para a gente
um jogo como esse", prega o goleiro Gléguer, um dos poucos que
sobreviveram à megadispensa da
temporada anterior e que usa justamente o último encontro como
exemplo. "Foi uma partida em
que nós estávamos numa situação
muito ruim e que terminou 4 a 3
para eles. Eu particularmente
acho que foi nos clássicos que a
Portuguesa mostrou a sua cara."
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