|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NA ALEGRIA E NA TRISTEZA
Ameaçado de descenso, time une elenco, técnico, torcida e cartolas
Da crise, Portuguesa colhe paz
DA REPORTAGEM LOCAL
Era de se esperar um clima fúnebre, treinador com medo da
degola, acaloradas discussões
entre jogadores, salários atrasados e cólera dos torcedores.
Afinal, o time amarga as últimas posições em um torneio que
já venceu três vezes. Se não reagir, pode cair pela primeira vez à
segunda divisão, situação que
nunca enfrentou desde sua estréia no Paulista, em 1920.
O que se encontra na Portuguesa, contudo, é um ambiente
de paz. Enquanto agoniza e procura meios de escapar da pior
crise de sua história, o clube conseguiu unir atletas, comissão técnica, cartolas e torcida.
É um paradoxo que só pode ser
explicado pela conturbada movimentação política vivida no
início da temporada, que marcou um vaivém de jogadores
sem precedentes na Portuguesa.
Em 2004, o futebol da agremiação era gerenciado pelo grupo
Ability. Em setembro, quando o
time não se classificou para a segunda fase da Série B do Brasileiro, os atletas foram dispensados.
Uma eleição presidencial deu
nova roupagem à equipe em janeiro. Manuel da Lupa assumiu
e, com o técnico Zé Teodoro, adquiriu 13 atletas, promoveu juniores e iniciou uma corrida
contra o tempo a fim de preparar
um grupo para o Paulista.
Depois, troca no comando: Gallo assumiu o cargo de treinador.
Nove jogadores foram dispensados. Oito, contratados.
"Ficamos três, quatro meses
sem jogar. Treinamos só uma semana para o Estadual, enquanto
algumas equipes estavam trabalhando desde novembro. Acredito muito no time porque a diretoria está dando um respaldo
legal", afirma o goleiro Gléguer,
que está no clube desde 2002.
Apesar da crise, ele diz que o
elenco tem motivos para celebrar. "A gente teve uma intertemporada em Atibaia, com comida boa, e agora nos concentramos na sexta-feira para um
jogo que vai rolar no domingo.
Isso é coisa de equipe top."
O dinheiro também segue
caindo na conta,mesmo após as
seis derrotas em 11 jogos. Gléguer diz que, por conta de um
patrocínio fechado com a Drogaverde (R$ 120 mil/mês), o
elenco até recebe adiantado.
Além disso, a organizada
Leões da Fabulosa informou os
jogadores que só vai fazer uma
"cobrança sadia", pois está notando o empenho da equipe.
Se tudo são rosas, por que o
clube enfrenta tantas dificuldades para vencer no Estadual?
Gallo arrisca uma teoria: "A
gente tem respaldo, se esforça,
mas peca em alguns detalhes".
O treinador não atribui os fracassos a eventos fortuitos. Mas
alguns de seus pupilos falam de
boca cheia que há mau agouro.
"A gente está correndo como
nunca, se aplicando na tática
que o Gallo nos explica. Só que
sempre no finalzinho tem um
gol de empate, uma derrota. É
pura falta de sorte", diz Gléguer.
Opiniões diferentes à parte, há
uma idéia comum: o jogo de hoje, contra o Palmeiras, pode ser
uma ótima chance de alterar esse panorama. Principalmente
porque do outro lado está Candinho, que já comandou o time e
demonstra condolência.
Texto Anterior: Candinho revive era Picerni com contra-ataques Próximo Texto: A rodada: Mogi reforça a marcação Benedito Teixeira, 16h Índice
|