São Paulo, domingo, 13 de março de 2005

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Emigrar é a melhor alternativa, diz CBF

DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo Paulo Dutra, supervisor de futebol feminino da CBF, a melhor saída para as atletas de destaque é mesmo o aeroporto.
"No Brasil, elas passam muito tempo em inatividade. Acredito que é válido para as jogadoras deixar o país e tentar a sorte no exterior. Isso acontece também no futebol masculino, que tem competições estruturadas aqui."
Incentivado pelos dirigentes brasileiros, o êxodo de jogadoras tem acontecido. Todas as titulares da final olímpica já tiveram passagens por clubes do exterior ou receberam propostas de transferências internacionais. Quem ainda não foi estuda a mudança.
A diferença entre a situação das mulheres e dos homens, segundo Dutra, é a disponibilidade de servir a equipe nacional. O calendário feminino não é tão intenso quanto o masculino, o que facilita a apresentação à seleção.
Mesmo com o auxílio de quem atua no exterior, não é fácil convocar uma equipe para representar o Brasil no exterior.
Como não há campeonatos regulares no país, as atletas são selecionadas em grandes peneiras, similares ao recrutamento de jovens atletas pelas categorias de base dos times masculinos.
"Já passei oito horas vendo partidas de mais de dez times em um só dia, para selecionar uma ou duas jogadoras. Esse é o único jeito de montar uma seleção. Passava um domingo em Curitiba, outro em Porto Alegre, outro em Minas e assim em várias outras cidades. Ia selecionando as jogadoras em cada parada", conta Paulo Gonçalves, ex-técnico da seleção.
Aparentemente amador, esse método de recrutamento impressiona as potências do futebol feminino. Acostumados com campeonatos regulares, os estrangeiros não acreditam quando ficam sabendo como são montadas as seleções nacionais.
Dutra diz que, como prometido pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, neste ano sai um Brasileiro, mas acha que a competição só terá êxito se os clubes investirem em times femininos.
Apesar de ter visto a seleção feminina entre as quatro melhores colocadas de todas as Olimpíadas em que o torneio foi disputado, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) lava as mãos a respeito da ausência de competições regulares.
Indagado se fez algo para incentivar campeonatos femininos, por meio de sua assessoria, a entidade afirmou: "O COB considera que ninguém é melhor que cada confederação para conhecer a realidade e as necessidades de suas modalidades. Por essa razão, o COB não interfere no fomento técnico das modalidades".(LF)

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