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Emigrar é a melhor alternativa, diz CBF
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundo Paulo Dutra, supervisor de futebol feminino da CBF, a
melhor saída para as atletas de
destaque é mesmo o aeroporto.
"No Brasil, elas passam muito
tempo em inatividade. Acredito
que é válido para as jogadoras deixar o país e tentar a sorte no exterior. Isso acontece também no futebol masculino, que tem competições estruturadas aqui."
Incentivado pelos dirigentes
brasileiros, o êxodo de jogadoras
tem acontecido. Todas as titulares
da final olímpica já tiveram passagens por clubes do exterior ou receberam propostas de transferências internacionais. Quem ainda
não foi estuda a mudança.
A diferença entre a situação das
mulheres e dos homens, segundo
Dutra, é a disponibilidade de servir a equipe nacional. O calendário feminino não é tão intenso
quanto o masculino, o que facilita
a apresentação à seleção.
Mesmo com o auxílio de quem
atua no exterior, não é fácil convocar uma equipe para representar o Brasil no exterior.
Como não há campeonatos regulares no país, as atletas são selecionadas em grandes peneiras, similares ao recrutamento de jovens atletas pelas categorias de
base dos times masculinos.
"Já passei oito horas vendo partidas de mais de dez times em um
só dia, para selecionar uma ou
duas jogadoras. Esse é o único jeito de montar uma seleção. Passava um domingo em Curitiba, outro em Porto Alegre, outro em Minas e assim em várias outras cidades. Ia selecionando as jogadoras
em cada parada", conta Paulo
Gonçalves, ex-técnico da seleção.
Aparentemente amador, esse
método de recrutamento impressiona as potências do futebol feminino. Acostumados com campeonatos regulares, os estrangeiros não acreditam quando ficam
sabendo como são montadas as
seleções nacionais.
Dutra diz que, como prometido
pelo presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, neste ano sai um Brasileiro, mas acha que a competição
só terá êxito se os clubes investirem em times femininos.
Apesar de ter visto a seleção feminina entre as quatro melhores
colocadas de todas as Olimpíadas
em que o torneio foi disputado, o
COB (Comitê Olímpico Brasileiro) lava as mãos a respeito da ausência de competições regulares.
Indagado se fez algo para incentivar campeonatos femininos, por
meio de sua assessoria, a entidade
afirmou: "O COB considera que
ninguém é melhor que cada confederação para conhecer a realidade e as necessidades de suas
modalidades. Por essa razão, o
COB não interfere no fomento
técnico das modalidades".(LF)
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