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Depois de dez anos, Indy volta remendada ao país
Categoria chega ao Brasil pela primeira vez após fim de litígio entre IRL e Cart
Disputa de dirigentes separou por quase uma década as melhores equipes da maior prova dos EUA, as 500 Milhas de Indianápolis
ANDREI SPINASSÉ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O nome pode gerar confusão,
os estilos e alguns rostos são velhos conhecidos. Mas a Indy
que corre em São Paulo não é a
mesma que já esteve cinco vezes no Brasil, de 1996 a 2000.
Embora alguns pilotos que
treinam hoje no circuito do
Anhembi tenham corrido no
Rio, eles estavam em meio a
uma cisão que feriu o automobilismo de fórmulas dos EUA.
Naquela segunda metade dos
90, enquanto uma categoria ostentava patrocinadores fortes e
corria em Jacarepaguá, uma
dissidência só fazia provas em
ovais e suscitava dúvidas com
um grid composto por maioria
de norte-americanos.
Mas foi essa segunda turma
que venceu o duelo. E que entra
hoje no circuito de São Paulo.
A prova carioca começou a
ser disputada justamente no
ano do racha. De um lado, a
Cart, criada em 1979, segurou
as melhores equipes. De outro,
a recém-formada IRL (Indy
Racing League) ficou com as
tradicionais 500 Milhas de Indianápolis, já que era controlada pelos donos do autódromo.
"A Cart achava que iria vencer [o duelo]", disse Christian
Fittipaldi, agora na Stock Car.
"Naquela época, todos da Cart
tinham certeza de que a separação seria só por um curto período de tempo." A reunificação,
porém, demoraria mais de uma
década para acontecer.
"Eram ideias diferentes", declarou o piloto Felipe Giaffone.
"A IRL usava motores aspirados, menos potentes, e carros
com maior pressão aerodinâmica. A Cart era turbo, com
menor carga aerodinâmica."
O apelo da maior corrida dos
EUA mostrou-se decisivo.
No começo da década seguinte, times como Penske e Ganassi começaram a migrar para a
IRL. Que, para buscar novos
mercados, deixou de correr só
em ovais. A Cart passou a enfrentar sérias dificuldades financeiras. Foi vendida em
2003, quando teve falência decretada e já havia sido rebatizada como Champ Car.
A situação da Champ Car ficou insustentável em 2008.
Veio nova falência e houve um
acordo para que ocorresse uma
migração em massa para a IRL.
Ao ingressarem na Indy, as
equipes que tinham acabado de
deixar a Champ Car encontraram uma categoria sem concorrência entre fabricantes de
chassis, motores e pneus, escola que se mantém até hoje.
Vencedor da etapa brasileira
da Cart de 1996, o ex-piloto André Ribeiro não acha que a Indy
que está em São Paulo seja tão
diferente da Cart. "Quando você entra num paddock da Indy
atual, são as mesmas pessoas da
minha época", declarou.
Das 17 etapas marcadas para
este ano, apenas cinco serão
transmitidas em canal de TV
aberta para os EUA, reflexo da
cisão. A preferência do público
norte-americano continua cada vez mais concentrada na
Nascar, a stock local.
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