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entrevista
André Ribeiro, 1º ganhador, vira "vendedor"
DA REPORTAGEM LOCAL
É impossível dissociar a
história da Cart no Brasil da
imagem de André Ribeiro,
bandeira nacional nos ombros, sorriso escancarado.
O ano era 1996.
O cenário, Jacarepaguá.
E tudo o que a categoria
poderia querer para se firmar de vez no país era o
triunfo de um piloto local.
Que veio, após 133 voltas, em
um Lola/Honda pintado de
amarelo, azul e vermelho.
Foi o ponto mais alto de
uma carreira que começou
de maneira diferente e que
terminou também atípica.
Enquanto a maioria dos
pilotos começa no kart ainda
criança, Ribeiro estreou com
19 anos. "Eu trabalhava no
departamento jurídico do
Banco Safra", lembra.
Parou aos 32, para ser sócio do ex-patrão Roger Penske numa rede de concessionárias que leva seu nome e
que hoje tem 25 lojas em São
Paulo, Minas e Paraná. Neste
ano, espera vender 25 mil
carros. "Os americanos ficam loucos, não acreditam",
conta, rindo, Ribeiro,
44.
(FÁBIO SEIXAS)
FOLHA - Quatorze anos depois,
quais são sua lembranças daquela corrida no Rio?
ANDRÉ RIBEIRO
- Quando ganhei as 500 Milhas de Michigan, que era uma prova muito badalada e que a Cart queria que concorresse com Indianápolis, fui embora pro
hotel, peguei o avião pra casa
e pronto. Mas o que aconteceu depois de vencer no Rio
não tem comparação. A reação das pessoas o joga para o
alto, tem o assédio dos fãs, da
imprensa. Fiquei três noites
sem dormir. Saía do programa do Jô, ia para a balada...
Era uma festa atrás da outra.
E eu também não queria dormir, desperdiçar o momento.
FOLHA - Onde está o troféu?
RIBEIRO
- Eu reformei todos
os carros com que corri, e
eles estão na fazenda dos
meus avós, no interior de São
Paulo, junto com vários troféus. Mas aquele troféu do
Rio e o de Michigan estão
aqui em casa. Vejo todo dia.
FOLHA - Você nunca repensou a
decisão de parar?
RIBEIRO
- No automobilismo,
cheguei mais longe do que eu
poderia sonhar. Parar foi
muito mais uma oportunidade de entrar num novo negócio do que uma atitude pensada. No primeiro ano foi difícil porque o automobilismo
foi uma paixão violenta na
minha vida. Mas, quando comecei com as concessionárias, meu tempo ficou ocupado. Um ciclo morreu, nasceu
outro. Nunca mais sentei
num carro de corrida.
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