São Paulo, sábado, 13 de março de 2010

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entrevista

André Ribeiro, 1º ganhador, vira "vendedor"

DA REPORTAGEM LOCAL

É impossível dissociar a história da Cart no Brasil da imagem de André Ribeiro, bandeira nacional nos ombros, sorriso escancarado.
O ano era 1996.
O cenário, Jacarepaguá.
E tudo o que a categoria poderia querer para se firmar de vez no país era o triunfo de um piloto local.
Que veio, após 133 voltas, em um Lola/Honda pintado de amarelo, azul e vermelho.
Foi o ponto mais alto de uma carreira que começou de maneira diferente e que terminou também atípica.
Enquanto a maioria dos pilotos começa no kart ainda criança, Ribeiro estreou com 19 anos. "Eu trabalhava no departamento jurídico do Banco Safra", lembra.
Parou aos 32, para ser sócio do ex-patrão Roger Penske numa rede de concessionárias que leva seu nome e que hoje tem 25 lojas em São Paulo, Minas e Paraná. Neste ano, espera vender 25 mil carros. "Os americanos ficam loucos, não acreditam", conta, rindo, Ribeiro, 44. (FÁBIO SEIXAS)

 

FOLHA - Quatorze anos depois, quais são sua lembranças daquela corrida no Rio?
ANDRÉ RIBEIRO
- Quando ganhei as 500 Milhas de Michigan, que era uma prova muito badalada e que a Cart queria que concorresse com Indianápolis, fui embora pro hotel, peguei o avião pra casa e pronto. Mas o que aconteceu depois de vencer no Rio não tem comparação. A reação das pessoas o joga para o alto, tem o assédio dos fãs, da imprensa. Fiquei três noites sem dormir. Saía do programa do Jô, ia para a balada... Era uma festa atrás da outra. E eu também não queria dormir, desperdiçar o momento.

FOLHA - Onde está o troféu?
RIBEIRO
- Eu reformei todos os carros com que corri, e eles estão na fazenda dos meus avós, no interior de São Paulo, junto com vários troféus. Mas aquele troféu do Rio e o de Michigan estão aqui em casa. Vejo todo dia.

FOLHA - Você nunca repensou a decisão de parar?
RIBEIRO
- No automobilismo, cheguei mais longe do que eu poderia sonhar. Parar foi muito mais uma oportunidade de entrar num novo negócio do que uma atitude pensada. No primeiro ano foi difícil porque o automobilismo foi uma paixão violenta na minha vida. Mas, quando comecei com as concessionárias, meu tempo ficou ocupado. Um ciclo morreu, nasceu outro. Nunca mais sentei num carro de corrida.


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