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STOP & GO
Muitos vacilos
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Além de enriquecer algum
apostador londrino fã de Irvine
-só mesmo sendo seguidor incondicional do irlandês para
apostar em sua vitória-, o GP
da Austrália deu poucos, mas
reveladores indícios do que o
público pode esperar da F-1 em
1999. Vamos a eles.
McLaren: quem é rápido demais (e os McLaren foram excepcionalmente velozes nos treinos) está perdendo em algum
outro setor do projeto. E, ficou
evidente, o MP4/14 ainda deve
confiabilidade a Hakkinen e
Coulthard. Nada que cinco semanas, o dilatado prazo para o
GP Brasil, não consiga resolver.
Ferrari: desastrosa para Schumacher, inesquecível para Irvine, a estréia da escuderia italiana mostrou que o carro é bom,
mas que a diferença para os
McLaren ainda existe. Só Interlagos pode dizer seu tamanho, já
que não se sabe quanto os ingleses arriscaram em Melbourne.
Schumacher: como no Japão,
""engasopou" na saída, denunciando um problema crônico no
carro ou, para seus detratores,
que anda com a mão pesada. No
final do ano passado, Ross
Brawn saiu em defesa do amigo
com uma complicadíssima explicação, que mistura estilo de
pilotagem e um estranho fenômeno de aquecimento do sistema hidráulico. De certeza mesmo, apenas a de que Schumacher não tem carro para largar
em último e sair ultrapassando
um a um para a glória.
Barrichello: apesar de todos os
problemas, um promissor início
de ano, que deixa feliz os patrões de Detroit. Manter esse nível de competitividade é o desafio, já que resultados significam
investimento. Outra coisa que
ajudaria bastante Barrichello é
manter a boca fechada.
Zonta: quase terminou, quase
marcou pontos, quase se tornou
merecedor de uma grande estréia. E Villeneuve quase se arrebentou. De quase, o mundo está cheio, o Brasil, ainda mais.
Zonta está no caminho certo,
mas não pode vacilar. Ou, pior,
parecer que vacilou. Não é fácil.
NOTAS
No limite
Preocupada com os pneus,
que escolheu como bandeira
para a segurança, a FIA acabou
engolindo os aerofólios móveis, que permitem ganho de
velocidade nas retas. A pré-temporada já havia verificado
um festival de acidentes. E, em
Melbourne, Villeneuve teve
sorte. Se a regra não for observada, alguém, em breve, poderá
estar estreando o assento removível do cockpit.
Erramos?
A última coluna afirmava que
a Globo não transmitiria o treino australiano. Mas um compacto acabou sendo exibido na
madrugada do sábado, depois
do "Jornal da Globo". Compacto é de chorar, ainda mais em
um horário em que audiência
não é impedimento. E, para
completar o fiasco, o GP foi
complicado para os narradores, prejudicados pelo fato de
não estarem na pista. No próximo fim-de-semana, é a vez do
SBT e com a Indy em videoteipe. E os fãs sofrem.
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