São Paulo, Sábado, 13 de Março de 1999
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STOP & GO
Muitos vacilos

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

Além de enriquecer algum apostador londrino fã de Irvine -só mesmo sendo seguidor incondicional do irlandês para apostar em sua vitória-, o GP da Austrália deu poucos, mas reveladores indícios do que o público pode esperar da F-1 em 1999. Vamos a eles.
McLaren: quem é rápido demais (e os McLaren foram excepcionalmente velozes nos treinos) está perdendo em algum outro setor do projeto. E, ficou evidente, o MP4/14 ainda deve confiabilidade a Hakkinen e Coulthard. Nada que cinco semanas, o dilatado prazo para o GP Brasil, não consiga resolver.
Ferrari: desastrosa para Schumacher, inesquecível para Irvine, a estréia da escuderia italiana mostrou que o carro é bom, mas que a diferença para os McLaren ainda existe. Só Interlagos pode dizer seu tamanho, já que não se sabe quanto os ingleses arriscaram em Melbourne.
Schumacher: como no Japão, ""engasopou" na saída, denunciando um problema crônico no carro ou, para seus detratores, que anda com a mão pesada. No final do ano passado, Ross Brawn saiu em defesa do amigo com uma complicadíssima explicação, que mistura estilo de pilotagem e um estranho fenômeno de aquecimento do sistema hidráulico. De certeza mesmo, apenas a de que Schumacher não tem carro para largar em último e sair ultrapassando um a um para a glória.
Barrichello: apesar de todos os problemas, um promissor início de ano, que deixa feliz os patrões de Detroit. Manter esse nível de competitividade é o desafio, já que resultados significam investimento. Outra coisa que ajudaria bastante Barrichello é manter a boca fechada.
Zonta: quase terminou, quase marcou pontos, quase se tornou merecedor de uma grande estréia. E Villeneuve quase se arrebentou. De quase, o mundo está cheio, o Brasil, ainda mais. Zonta está no caminho certo, mas não pode vacilar. Ou, pior, parecer que vacilou. Não é fácil.

NOTAS

No limite
Preocupada com os pneus, que escolheu como bandeira para a segurança, a FIA acabou engolindo os aerofólios móveis, que permitem ganho de velocidade nas retas. A pré-temporada já havia verificado um festival de acidentes. E, em Melbourne, Villeneuve teve sorte. Se a regra não for observada, alguém, em breve, poderá estar estreando o assento removível do cockpit.

Erramos?
A última coluna afirmava que a Globo não transmitiria o treino australiano. Mas um compacto acabou sendo exibido na madrugada do sábado, depois do "Jornal da Globo". Compacto é de chorar, ainda mais em um horário em que audiência não é impedimento. E, para completar o fiasco, o GP foi complicado para os narradores, prejudicados pelo fato de não estarem na pista. No próximo fim-de-semana, é a vez do SBT e com a Indy em videoteipe. E os fãs sofrem.


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