A decisão do técnico Emerson Leão de levar a seleção para se concentrar em Jarinu marca uma transformação radical nos métodos de preparação do time nacional, pelo menos em comparação ao último ocupante do cargo.
Uma das inovações de Wanderley Luxemburgo ao assumir a seleção, em 1998, foi instituir a "concentração aberta".
Pela proposta, a delegação brasileira costumava se misturar a hóspedes, fãs e jornalistas nos hotéis onde se hospedava.
De acordo com Luxemburgo, a medida tornava os jogadores mais humanos, menos estrelas, e ajudava a descontrair o ambiente.
Leão não pensa da mesma forma. Considera que os atletas precisam de isolamento e tranquilidade para se concentrarem unicamente na tarefa de jogar futebol.
Foi assim na preparação para os quatro jogos que Leão comandou até agora pela seleção (Colômbia, EUA, México e Equador).
Os jogadores ficaram sempre em andares isolados nos hotéis. Fizeram as refeições nos próprios andares, ou em salões reservados somente para eles. A imprensa só pôde realizar entrevistas após os treinamentos -nunca na própria concentração, a não ser em encontros previamente marcados pela própria CBF.
Será assim também em Jarinu. O hotel Santa Filomena ficará à disposição da seleção, sem receber mais nenhum hóspede.
Um centro de imprensa será instalado ao lado do campo de treinos para a realização de entrevistas, que estão vetadas em outros locais da fazenda.
A política de isolamento adotada por Leão foi assimilada também pela administração do hotel.
O município de Jarinu fará aniversário no dia 17. Para aproveitar a passagem da seleção pela cidade, a prefeitura local resolveu fazer uma homenagem ao time nacional, entregando à comissão técnica uma comenda.
Mas, até agora, representantes da prefeitura não têm conseguido acesso ao Santa Filomena.
A resposta dos proprietários do hotel é sempre a mesma: a CBF solicitou que a privacidade fosse preservada. (FV)


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