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BASQUETE
Estado, que dominava Brasileiro, vê decisão entre Vasco e Paraná
Pela primeira vez, SP só
assiste à final feminina
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez na história do
Campeonato Brasileiro feminino
de basquete, São Paulo está assistindo a uma decisão envolvendo
equipes de outros Estados -Vasco e Paraná fariam, na tarde de
ontem, a quarta partida do mata-mata decisivo do Nacional.
Se contarmos desde a Taça Brasil, que começou a ser disputada
em 1984, até o atual Nacional, que
teve sua primeira edição em 1998,
São Paulo sempre contou com ao
menos um time na decisão.
Na maior parte das vezes, o título foi decidido por duas equipes
paulistas, com os outros Estados
fazendo papel de coadjuvantes.
São Paulo conquistou 14 dos 17
títulos disputados até hoje. Dos 34
times que estiveram envolvidos
em decisões de Brasileiro feminino de basquete, 28 eram do Estado. Um domínio quase total.
Nos últimos anos, porém, a situação começou a se inverter. Em
1998, o Fluminense, que abrigou
uma equipe inteira vinda de Americana, no interior paulista, conquistou o título do Nacional, vencendo o BCN/Osasco no mata-mata decisivo por 3 a 2.
Nos anos seguintes, com nova
migração dessa equipe, administrada pela ex-jogadora Hortência,
agora para o Paraná, criou-se um
pólo forte fora do Estado.
"Por muito tempo São Paulo
centralizou o basquete feminino
brasileiro. Isso foi ruim. Essa expansão para outros Estados, se tiver continuidade, vai ser benéfica", diz o técnico Antônio Carlos
Barbosa, da seleção feminina.
A consolidação de equipes fortes nos Estados vizinhos foi acompanhada pela decadência dos times de São Paulo. Antes do início
do Nacional, as duas principais
equipes do Estado estiveram
ameaçadas de fechar as portas.
O Santo André perdeu o patrocínio da Arcor e teve que contar
com uma ajuda da prefeitura da
cidade para viabilizar a participação no torneio brasileiro.
Já o Jundiaí, que contava com
apoio da Quaker, teve o patrocínio suspenso após a empresa ter
sido vendida para a Pepsi, no final
do ano passado.
A equipe só não foi desfeita porque, de última hora, o técnico
Wanderley Luxemburgo, do Corinthians, deu uma ajuda providencial para dar continuidade ao
projeto da pivô Karina na cidade.
Os problemas enfrentados pelos
clubes paulistas fizeram com que
suas principais atletas migrassem
para os outros Estados.
Esse foi o caso da base do BCN/
Osasco, que foi jogar no Vasco da
Gama, após os paulistas fecharem
seu time adulto. De uma só vez foram para o outro lado da via Dutra a ala-armadora Claudinha, as
pivôs Kelly e Kátia, além da ala
russa Elena, que já deixou a equipe carioca. Posteriormente, até a
pivô Érika, da seleção juvenil, se
transferiu para o Vasco.
Janeth, que jogara oito anos em
Santo André, deixou o ABC paulista após a diminuição dos investimentos da equipe.
Encerrado o Nacional para os
paulistas, as perspectivas ainda
não são boas no Estado. Santo
André não conseguiu novo patrocínio. Uma reunião com representantes da prefeitura da cidade
será realizada na semana que
vem. O time deve continuar, mas
com investimentos modestos.
Jundiaí, sem patrocínio, pode se
enfraquecer ainda mais -no último Nacional, com a equipe formada às pressas, não passou de
um modesto sexto lugar.
Ourinhos e Guaru, que decidiram o último Paulista, começam
o novo Estadual com as melhores
perspectivas, embora não contem
com grandes investimentos.
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