RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os são-paulinos têm um consolo considerável após a perda do título do Rio-São Paulo ontem.
O São Paulo é o único time do planeta que cedeu jogadores para a sua seleção nacional em todas as edições da Copa do Mundo depois da Segunda Guerra Mundial.
Desde 1950, quando a Copa foi disputada no Brasil, o time do Morumbi tem pelo menos um representante no principal torneio do futebol mundial. O feito é inédito entre os times brasileiros, e também é internacional.
Como só o Brasil jogou todos os Mundiais após a Segunda Guerra, o São Paulo é o único time do planeta que contribuiu para a seleção de seu país em todas as Copas a partir da metade do século 20.
Real Madrid, Barcelona, Juventus, Milan, Inter, Bayern de Munique, Boca Juniors e River Plate, poderosos clubes que dominam as seleções de seus países, não tiveram como ajudar suas seleções com atletas em algumas edições porque Alemanha (1950), Itália (1958) e Argentina e Espanha (em mais de uma oportunidade) não disputaram a Copa do Mundo.
Levantamento feito pela Folha apenas viu no Milan, além do São Paulo, presença constante em todas as Copas desde 1950. O time italiano sempre cedeu jogadores para a seleção italiana em Copa e em 1958, quando a Azzurra não jogou o Mundial da Suécia, o clube de Milão teve atleta defendendo a seleção sueca (Liedholm).
O Barcelona, exemplo de time que possui jogadores em várias seleções, não teve atletas, por exemplo, no Mundial de 1970.
Na convocação feita pelo técnico Luiz Felipe Scolari para o Mundial deste ano, o São Paulo confirmou sua tradição em Copas ao ser o clube com maior número de convocados -foram três chamados, Rogério, Belletti e Kaká.
Na verdade, a tradição são-paulina em ceder vários jogadores para a Copa tem origem no São Paulo da Floresta. O clube que nasceu e fez fama no início dos anos 30 teve cinco representantes na Copa do Mundo de 1934, na Itália -Armandinho, Luisinho, Pedrosa, Silvio e Valdemar de Brito.
Em 1938, primeira Copa após a fundação do atual São Paulo Futebol Clube, os são-paulinos não cederam jogadores para a seleção que foi ao Mundial da França, mas Leônidas da Silva, um dos maiores ídolos da história do São Paulo, foi o artilheiro do torneio.
A assessoria de imprensa do clube chegou a divulgar comunicado, cheio de erros, sobre a façanha do clube -falou-se equivocadamente em 77 são-paulinos nas Copas, que Araken era jogador do time em 1930 e que em 1938 havia são-paulino na seleção.



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