|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
velhos tempos
São Marcos reaparece dez anos depois
Na vitória nos pênaltis contra o Sport, Palmeiras conta de novo com destaque individual para seguir na Libertadores
Jorge Araújo/Folha Imagem
|
Marcos celebra na Ilha ao classificar seu time na Libertadores |
Sport 1 (1)
Palmeiras 0 (3)
RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE
O Palmeiras se classificou.
Marcos, no entanto, foi além.
Com uma atuação digna do
apelido de santo dado pela torcida, o arqueiro relembrou seus
grandes momentos de Taça Libertadores da América.
Foi na edição de 1999 do torneio, quando parou o Corinthians nas quartas de final no
jogo e nos pênaltis e levou a
equipe até o título diante do
Deportivo Cali, da Colômbia,
que Marcos virou "São".
Dez anos depois, ele já garantiu, pelo menos, a vaga da equipe nas quartas de final, quando
o Palmeiras vai medir forças
com o Nacional do Uruguai.
Com três defesas na decisão
por pênaltis, que acabou 3 a 1,
fez a diferença e calou a Ilha do
Retiro, tomada por 28 mil pessoas. No tempo normal, já "garantira" a derrota por 1 a 0.
"Quero agradecer à minha
mãe, filhos e mulher. Não é todo dia que se faz um jogo desse", celebrou o arqueiro, que,
após espalmar o pênalti de Dutra, foi para o canto do estádio
onde estava sua torcida.
Além do chute de Dutra,
Marcos parou Luciano Henrique e Fumagalli. No Palmeiras,
Mozart errou sua cobrança.
Marcão, Danilo e Armero converteram. Cleiton Xavier nem
precisou cobrar a última.
Os milagres do goleiro e capitão começaram antes mesmo
que o Sport pudesse tirar proveito do clima contagiante vindo das lotadas arquibancadas.
Mas, para um goleiro virar o
nome da partida, pelo menos
um outro atleta tem de contribuir. Ontem, foi o meia Paulo
Baier, que tentou vazar Marcos
três vezes e falhou em todas.
Primeiro, pelo alto. A cabeçada, aos 9min, foi interceptada
no reflexo. Depois, com os pés,
aos 31min. Marcos fechou bem
o ângulo, defendeu e ainda viu a
bola triscar seu travessão.
Quando a torcida já perdia a
paciência mais com os erros do
camisa 10 do que com as defesas do camisa 12, veio a última
tentativa. Dessa vez, o goleiro
só torceu. E a bola, chutada rasteira, aos 42min, foi para fora.
Paulo Baier nem voltou para
o segundo tempo, substituído
por Fumagalli. Marcos ganhou
a reverência de seu time.
"O Marcos teve uma atuação
decisiva. Temos que evitar que
a bola chegue demais nele", declarou o volante Pierre.
O time não colocou em prática o pedido de Pierre e, extremamente recuado, atraiu o
Sport para a sua defesa.
No intuito claro de segurar o
empate que lhe daria a vaga, o
técnico Vanderlei Luxemburgo
tirou Diego Souza e Keirrison
da partida. Colocou Willians e
Ortigoza para tentar ganhar velocidade. Depois, ainda trocou
Souza por Mozart.
A estratégia fracassou quando, aos 37min, Wilson completou o cruzamento de Luciano
Henrique para empatar e levar
a disputa para os pênaltis.
O jogo de ontem enterrou
traumas recentes. A vaga obtida em cima do clube que tanto
maltratou o ego palmeirense
em 2009 serve, também, para
dar novo estímulo ao grupo.
Antes de ter se classificado
para os mata-matas da Libertadores no sufoco, o time, que iniciou a temporada com nove vitórias seguidas, foi tropeçando
até a eliminação no Paulista.
A equipe só avançou às oitavas da Libertadores com um
milagre de Cleiton Xavier no
Chile, quando ele marcou o gol
ante o Colo Colo no final do jogo. Chega às quartas graças ao
eterno milagreiro do clube.
"Jogador de frente nasce
com o dom. Goleiro tem que
correr atrás de quem tem o
dom", afirmou o dono da noite.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Reforço?: Time faz sondagem por gremista Perea Índice
|