São Paulo, quarta, 13 de maio de 1998

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LEGISLAÇÃO
Governo quer ex-ministro trabalhando em reeleição
FHC tenta manter Ministério do Esporte e devolvê-lo a Pelé

RUI NOGUEIRA
em São Paulo

O governo deve recuar e desistir da idéia inicial de extinguir o Ministério dos Esportes. A proposta em estudo prevê que o ministro da Educação, Paulo Renato, acumule as duas pastas.
Na semana retrasada, quando Pelé deixou o ministério para ser comentarista da TV Globo na Copa do Mundo, a intenção do governo era acabar com a pasta. Oficiosamente, o Planalto chegou a informar que apenas o Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto) seria preservado e incorporado ao MEC.
Ontem, o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse que o governo ainda estuda o que fazer com o ministério e que a decisão final depende de decisão de Pelé.
A Folha apurou que a intenção é manter a pasta. O recuo foi provocado por críticas do coordenador técnico da seleção, Zico, dirigentes esportivos e comentaristas.
Na opinião de críticos, ao vincular a extinção do ministério à saída de Pelé, FHC teria mostrado que a criação da pasta foi apenas um golpe de marketing -ter o "rei" no time ministerial e faturar com o seu prestígio dentro e fora do país.
O próprio presidente, em entrevista recente, considerou um feito ter nomeado, "talvez", o "primeiro ministro negro da nossa História". O acerto entre FHC e Pelé era que o ex-ministro se incorporasse à equipe e trabalhasse pela reeleição do presidente.
Pelé prometeu dar prioridade a esse interesse, mas disse que, no regresso da Copa, iria decidir entre reassumir os seus negócios em promoção, produção e marketing de eventos esportivos e a volta à área pública.



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