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LEGISLAÇÃO
Governo quer ex-ministro trabalhando em reeleição
FHC tenta manter Ministério
do Esporte e devolvê-lo a Pelé
RUI NOGUEIRA
em São Paulo
O governo deve recuar e desistir
da idéia inicial de extinguir o Ministério dos Esportes. A proposta
em estudo prevê que o ministro da
Educação, Paulo Renato, acumule
as duas pastas.
Na semana retrasada, quando
Pelé deixou o ministério para ser
comentarista da TV Globo na Copa do Mundo, a intenção do governo era acabar com a pasta. Oficiosamente, o Planalto chegou a
informar que apenas o Indesp
(Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto) seria preservado e incorporado ao MEC.
Ontem, o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse que o governo ainda estuda o que fazer
com o ministério e que a decisão
final depende de decisão de Pelé.
A Folha apurou que a intenção é
manter a pasta. O recuo foi provocado por críticas do coordenador
técnico da seleção, Zico, dirigentes esportivos e comentaristas.
Na opinião de críticos, ao vincular a extinção do ministério à saída
de Pelé, FHC teria mostrado que a
criação da pasta foi apenas um
golpe de marketing -ter o "rei"
no time ministerial e faturar com o
seu prestígio dentro e fora do país.
O próprio presidente, em entrevista recente, considerou um feito
ter nomeado, "talvez", o "primeiro ministro negro da nossa
História". O acerto entre FHC e
Pelé era que o ex-ministro se incorporasse à equipe e trabalhasse
pela reeleição do presidente.
Pelé prometeu dar prioridade a
esse interesse, mas disse que, no
regresso da Copa, iria decidir entre reassumir os seus negócios em
promoção, produção e marketing
de eventos esportivos e a volta à
área pública.
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