São Paulo, quinta, 13 de maio de 1999

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Banco ajuda clube a atrair novos investimentos

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

Além do forte investimento nas categorias de base, o que distingue o Vitória de outros clubes brasileiros é a estratégia usada no processo de profissionalização de seu departamento de futebol.
Antes de selecionar as empresas interessadas em investir no setor, o clube estabeleceu, no início do ano, uma parceria estratégica com o Chase Manhattan, um dos maiores bancos norte-americanos.
"O Chase não é investidor (como a Hicks Muse, no Corinthians) nem patrocinador (caso da Cirio, no São Paulo), mas é nosso adviser exclusivo no ramo de investimentos esportivos", explicou Wellington Sampaio, diretor de novos negócios do Vitória.
"Eles estão trabalhando para trazer propostas de negócios para o clube, que possam ajudá-lo a se fortalecer financeiramente."
Segundo Sampaio, um dos problemas que o time baiano enfrentou nos últimos anos foi a necessidade de vender atletas jovens, revelados em suas categorias de base, para fazer caixa.
Com os contatos que começaram a ser feitos pela diretoria do Chase, o objetivo é alterar o quadro, mantendo as revelações no Vitória, que poderia, como consequência, montar uma equipe mais forte.
De acordo com Sampaio, até dezembro, deverão estar definidos os nomes das empresas que investirão no futebol do clube. "Estamos em fase de negociação, mas posso dizer que não são empresas ligadas ao J. Hawilla ou ao Pelé", afirmou, referindo-se às agências de marketing esportivo Traffic e Pelé Sports & Marketing.
Assim que forem definidos os investidores, haverá uma nova composição acionária do Vitória S/A, empresa criada há mais de um ano para administrar profissionalmente o futebol do clube. Por enquanto, 90% das cotas pertencem ao próprio Vitória, 10%, a um grupo de sócios individuais.
A idéia de ter um parceiro estratégico surgiu no ano passado, antes mesmo de o Excel, que patrocinava o time, passar para o Bilbao Vizcaya, banco sem interesse de continuar investindo no esporte.
As negociações para a parceria começaram em 1998 com o Patrimônio, que chegou a ser o banco de investimentos mais rentável do Brasil no ano anterior.
Mas, como em janeiro de 1999 o Patrimônio foi adquirido pelo Chase, o acerto foi feito com a instituição norte-americana.
"É uma parceria importante, porque o Chase é um interlocutor de peso, com larga experiência internacional", comentou o consultor Marco Aurélio Klein, que intermediou o negócio. "Ela não foi feita para resolver um problema de caixa para amanhã, mas para resolver questões de longo prazo."
Uma das idéias que está sendo discutida no Vitória é a adoção, no futuro, do patrocínio múltiplo, assim como o Corinthians pretende fazer no ano que vem, quando terminar o contrato com a Batavo.
Como acontece com alguns clubes europeus, os baianos teriam, então, mais de um patrocinador em suas camisas.



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