São Paulo, quinta, 13 de maio de 1999

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FUTEBOL
Corinthians vence por 2 a 0, anula a jogada aérea do Palmeiras, mas Dinei e Vampeta fracassam na disputa das penalidades

da Reportagem Local

Nos pênaltis, o Palmeiras derrotou ontem o Corinthians por 4 a 2 e se classificou para as semifinais da Taça Libertadores da América.
No jogo, o Corinthians venceu por 2 a 0, em gols de jogada aérea, ironicamente o ponto mais forte do ataque palmeirense. Edílson, no primeiro tempo, e Ricardinho, no segundo, escoraram levantamentos do meia Marcelinho. Nas penalidades, os corintianos Dinei e Vampeta desperdiçaram as cobranças.
Na próxima fase, o Palmeiras, que busca um título inédito, vai enfrentar o River Plate, que ontem perdeu para o Vélez Sarsfield por 1 a 0 (tinha vencido o primeiro por 2 a 0). A primeira partida será na próxima quarta-feira, em Buenos Aires, no estádio do River, o Monumental de Núñez.
O Corinthians dominou o jogo desde o início.
Aos 8min, o meia Edílson desarmou o goleiro Marcos, fez o gol, que foi anulado pelo juiz Oscar Roberto Godoi, supostamente por ter o jogador atrapalhado o goleiro.
Aos 12min, o juiz marcou impedimento de Ricardinho, que avançava sozinho para o gol, apesar de, na hora do lançamento, ele estar atrás do zagueiro Cléber.
A partir daí, o Palmeiras foi se acertando, tanto sem a posse de bola, bloqueando os ataques do Corinthians, quanto com ela, mas não criava chances.
O meia corintiano Rincón, com a função de proteger a dupla de zagueiros, ora na frente deles, ora atrás, era o destaque do time.
Só aos 30min, o Palmeiras chutou pela primeira vez, com Paulo Nunes, para fora.
Foi nesse momento, porém, que o Corinthians marcou. Aos 32min, Marcelinho fez um cruzamento, e Edílson, completamente desmarcado, tocou fora do alcance de Marcos.
O gol acordou o Palmeiras, que adiantou o seu meio-campo e passou a pressionar. O Corinthians recuou um pouco.
Aos 43min, Marcelinho fez uma falta violenta em Júnior. O jogador revidou e na sequência ele e Edílson trocaram tapas e foram expulsos. Imediatamente, Scolari deslocou Zinho para a lateral esquerda.
No segundo tempo, o Palmeiras voltou com Evair no lugar de Oséas, para tentar um jogo cadenciado pelo chão. O Corinthians, com o mesmo time, não tinha a mesma velocidade, sem Edílson.
Mas, aos 10min, saiu o segundo gol corintiano, numa jogada quase igual à do primeiro. Marcelinho cruzou, só que da esquerda, a defesa palmeirense falhou de novo, e um corintiano, desta vez Ricardinho, desviou a bola de Marcos.
Após o gol, o técnico Luiz Felipe Scolari tirou o meia Alex e pôs o volante Rogério, para reforçar a marcação.
A mudança deu certo. O Palmeiras retomou o controle do jogo, e o Corinthians passou a contra-atacar. Aos 25min, Fernando Baiano foi lançado em posição legal, recebeu na frente de Marcos, mas a arbitragem deu impedimento.
Aos 34min, Rogério invadiu a área, adiantou a bola, foi desarmado e se jogou. Levou cartão amarelo. Mas a pressão palmeirense era grande e cresceu mais com a entrada de Euller no lugar de Galeano.
Aos 37min, o atacante invadiu a área pela esquerda, recuou para Evair na pequena área. Ele tocou para Paulo Nunes, que finalizou à queima-roupa. Mas Maurício evitou gol certo.
O Corinthians, dominado, tentava sair nos contra-ataques, mas eles eram estragados por Marcelinho. Aos 41min, a bola saiu pela esquerda, com Dinei, que fez a jogada pela esquerda, mas Marcelinho perdeu gol feito.
Aos 45min, foi a vez de o Palmeiras quase marcar. Euller foi lançado perdeu a chance de chutar.
Em seguida, Rodrigo dentro da pequena área do Palmeiras, desviou a bola de Marcos, mas a bola saiu por cima.
Na cobrança de pênaltis, Rincón bateu primeiro e marcou. Cobraram em seguida Arce, Dinei Evair, Vampeta, Rogério, Silvinho e Zinho, agora Atleta de Cristo, que afirmou logo após a cobrança: "Nunca senti nada assim, nem mesmo na conquista da Copa do Mundo". Nenhum palmeirense errou. Marcos defendeu o chute de Vampeta.
Do outro lado do campo, Dinei, herói da conquista do Brasileiro-98, se lamentou: "Eu só posso pedir desculpas. A torcida queria muito esse título e eu me sinto culpado".



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