São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 2008

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Pequim - A graça do esporte - Ciclismo

Ciclista convive com desgaste, terra e obstáculos que fazem a graça do esporte

FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL

A resistência é o termômetro do ciclismo. Na pista, na estrada, nos terrenos irregulares com obstáculos e buracos, o atleta pedala, o tempo inteiro, no limite. Físico e psicológico.
Esse limite sempre desafia a resistência nas quatro modalidades de ciclismo: estrada, pista, mountain bike e a estreante BMX, que será disputada pela primeira vez em Pequim.
"No ciclismo, você sempre anda no limite, é preciso atenção o tempo todo, se cuidar, senão você até corre o risco de não terminar uma prova por câimbra, por exemplo", fala Rubens Donizete Valeriano, o Rubinho, que tenta a vaga olímpica no mountain bike.
As provas incluem, de acordo com a modalidade, trechos de perseguição, trajetos de terra e pedra e até pedaladas com distâncias de mais de 200 km.
"A resistência conta muito, mas é importante também a técnica por causa do circuito irregular, com obstáculos", declara Rubinho, sobre sua prova, realizada ao ar livre.
"No circuito, tem muita subida forte, que desgasta demais. Você compensa com as descidas, que exigem a técnica e servem para dar uma amenizada no desgaste da subida."
O ciclismo é um dos esportes mais tradicionais nos Jogos Olímpicos. Reúne atletas que costumam competir em provas clássicas como a Volta da França, a mais importante de estrada do circuito internacional.
O ciclista convive com o risco, seja em treinos seja nas competições. Risco de quebra do equipamento. Risco de queda. "O tempo inteiro, você está arriscando no ciclismo. O circuito é pequeno, tem pouco espaço para ultrapassagens. Você tem medo de cair, de quebrar a bicicleta", diz Rubinho.
O convívio com a bicicleta vai além de simples instrumento de trabalho. A relação torna-se de dependência. E até de cuidado e admiração por ela.
"De vez em quando, tem a ajuda do mecânico, mas sou eu mesmo quem faz tudo com a bicicleta", conta Rubinho.
O ritual serve como preparação para a prova. Tem a função de manter o foco do atleta na disputa. E, por que não, tirar-lhe um pouco a pressão.
"Uns 15 minutos antes da largada, verifico a bicicleta, se os parafusos estão apertados. Isso serve de concentração para a prova. Afinal, são só você e a bicicleta que estarão ali."


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