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Pequim - A graça do esporte - Ciclismo
Ciclista convive com desgaste, terra e obstáculos que fazem a graça do esporte
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
A resistência é o termômetro
do ciclismo. Na pista, na estrada, nos terrenos irregulares
com obstáculos e buracos, o
atleta pedala, o tempo inteiro,
no limite. Físico e psicológico.
Esse limite sempre desafia a
resistência nas quatro modalidades de ciclismo: estrada, pista, mountain bike e a estreante
BMX, que será disputada pela
primeira vez em Pequim.
"No ciclismo, você sempre
anda no limite, é preciso atenção o tempo todo, se cuidar, senão você até corre o risco de
não terminar uma prova por
câimbra, por exemplo", fala Rubens Donizete Valeriano, o Rubinho, que tenta a vaga olímpica no mountain bike.
As provas incluem, de acordo
com a modalidade, trechos de
perseguição, trajetos de terra e
pedra e até pedaladas com distâncias de mais de 200 km.
"A resistência conta muito,
mas é importante também a
técnica por causa do circuito irregular, com obstáculos", declara Rubinho, sobre sua prova,
realizada ao ar livre.
"No circuito, tem muita subida forte, que desgasta demais.
Você compensa com as descidas, que exigem a técnica e servem para dar uma amenizada
no desgaste da subida."
O ciclismo é um dos esportes
mais tradicionais nos Jogos
Olímpicos. Reúne atletas que
costumam competir em provas
clássicas como a Volta da França, a mais importante de estrada do circuito internacional.
O ciclista convive com o risco, seja em treinos seja nas
competições. Risco de quebra
do equipamento. Risco de queda. "O tempo inteiro, você está
arriscando no ciclismo. O circuito é pequeno, tem pouco espaço para ultrapassagens. Você
tem medo de cair, de quebrar a
bicicleta", diz Rubinho.
O convívio com a bicicleta vai
além de simples instrumento
de trabalho. A relação torna-se
de dependência. E até de cuidado e admiração por ela.
"De vez em quando, tem a
ajuda do mecânico, mas sou eu
mesmo quem faz tudo com a bicicleta", conta Rubinho.
O ritual serve como preparação para a prova. Tem a função
de manter o foco do atleta na
disputa. E, por que não, tirar-lhe um pouco a pressão.
"Uns 15 minutos antes da largada, verifico a bicicleta, se os
parafusos estão apertados. Isso
serve de concentração para a
prova. Afinal, são só você e a bicicleta que estarão ali."
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