|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AÇÃO
Ruído no ar
Gui é mais obstinado com o recorde, Sabiá com o prazer do desafio. Esses pára-quedistas
travam duelo na queda livre
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
DOIS DOS MAIORES pára-quedistas brasileiros, Luiz Tapajós, o Sabiá, e Gui Pádua, travam um duelo pelo recorde de permanência em queda livre com o
wingsuit, macacão que aumenta a
resistência e amplia a distância do
salto. Uma controvérsia saudável
para promover o esporte e nem tanto entre as partes envolvidas.
Em novembro passado, Pádua foi
aos EUA e realizou salto cuja meta
era superar a marca de 4min36s do
astronauta americano John Kittinger, que saltou da altura de 102 mil
pés em experiência da Nasa que
consta do "Guinness Book". Gui saltou de 28 mil pés, altitude que o
avião alcançou, e ficou 4min40s sem
abrir o pára-quedas. Com o filme do
salto e um jornalista de testemunhas, dias depois iria à FAI (Federação Aeronáutica Internacional) para homologar o recorde.
No mês passado, Sabiá foi procurado pela Globo para tentar bater o
recorde, do americano, que entraria
no programa nº 1.000 do Faustão.
Com apoio da FAB e do Exército
brasileiro, saltou de um Hercules C-130 a 32,5 mil pés sobre Resende
(RJ) e ficou 4min40s em queda.
Acompanhado do Comitê de Arbitragem da CBPq (Confederação
Brasileira de Pára-quedismo), filiada à FAI, o salto está em processo de
homologação como recorde mundial. Para isso, a FAI terá de estabelecer padrões de referência, por sugestão da CBPq: altitude limite de 34
mil pés para o salto e uma proporção
peso do atleta x área do macacão.
Enquanto isso não ocorre em nível mundial, oficialmente Sabiá pode celebrar o recorde brasileiro e, de
quebra, outros dois, o salto de maior
altitude, 32,5 mil pés, e a maior distância em queda, 28,5 mil pés.
O presidente da CBPq, Jorge Derviche Filho, lembra ainda que outro
salto, realizado por espanhóis sobre
o estreito de Gibraltar, teve 6min de
queda, mas, como não foi arbitrado,
não pôde reivindicar o recorde.
Gui saltou mais baixo e ficou o
mesmo tempo de Sabiá, mas este
tem os juízes a seu favor. Gui é mais
obstinado com o recorde, Sabiá com
o prazer do desafio. Certo é que essa
história não termina neste capítulo.
TRIATLO CROSS-COUNTRY
O Nissan XTerra reúne mais de
1.200 atletas neste fim de semana
em Angra dos Reis. São 1,5 km de
natação em mar aberto, 29 km de
mountain bike e 9 km de corrida
em terreno acidentado.
RAFTING NA EUROPA
A equipe brasileira Alaya-Bozo
d'Água venceu tanto no sprint como no slalom a última etapa da Eurocopa, realizada num rio artificial
na Eslováquia.
SUPERSURF
A terceira etapa do Brasileiro termina no domingo em Maresias,
praia que registra as mais altas
pontuações do circuito.
sarli@trip.com.br
Texto Anterior: Moncho diz que pensou em desistir Próximo Texto: Pequim - A graça do esporte - Ciclismo: Ciclista convive com desgaste, terra e obstáculos que fazem a graça do esporte Índice
|