São Paulo, domingo, 13 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA TV

Com Galvão e Arnaldo, jogo vira um novelão mexicano

JOCA REINERS TERRON
ESPECIAL PARA A FOLHA

Foi ousadia de minha parte, mas interessante. Aumentei a TV em vez de baixar e desprezei toda a tecnologia da transmissão gerada pela Fifa. Fiquei só eu, Deus e a voz do Galvão Bueno.
Segundos antes de cerrar as pálpebras, apreciei o travelling aéreo de um ataque e pensei que talvez Joseph Blatter seja fã de Juan José Campanella, diretor da sequência infernal gravada num estádio que aparece em "O Segredo dos Seus Olhos".
Mas abandonei Messi e procurei visualizar o jogo pela narração. Tudo adquire tons lancinantes sob a capa dramática de Galvão. O goleiro Enyeama perde o nome após a enésima defesa. Com Arnaldo César Coelho, ouço um novelão mexicano.
Ouvir Arnaldo e Galvão pisarem um no calo do outro é como testemunhar a ceia de Dia dos Namorados de um casal velho de guerra. É melhor que futebol na TV.


JOCA REINERS TERRON é autor de "Do Fundo do Poço se Vê a Lua" (Cia. das Letras)


Texto Anterior: Arquibancada tem domínio azul e branco
Próximo Texto: Juca Kfouri: Que metro mede Messi?
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.