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O PERSONAGEM
Brasileiro esquece origem
da Reportagem Local
Há oito anos em Portugal, o
meio-de-rede Ubirajara Pereira ainda se recorda que a única
exigência que fez ao aceitar a
convocação para a seleção local
era a de jamais ser lembrado
pelos companheiros e pelo técnico de que era ""estrangeiro".
""O técnico da época veio falar
comigo se eu não aceitaria a
convocação. Disse-me que os
jogadores apoiavam. Eu respondi: "Quero que me vejam
como um profissional, um de
vocês e me cobrem assim",
contou Bira, com um carregado sotaque português.
Antes dele e de Wagner Silva,
a seleção portuguesa chegou a
ter cinco brasileiros em 1992.
A melhoria no nível técnico
do campeonato local e, consequentemente, da seleção, segundo a própria federação, depois do afluxo de brasileiros,
levou Portugal ter maiores ambições: classificar o jovem time
(média de 22 anos) para os Jogos de Sydney. Os portugueses
disputam a classificatória no
ano que vem, em casa.
(JAD)
Folha - Você pode contar como foi sua trajetória até se
transformar em titular da seleção portuguesa?
Ubijara Pereira - Eu jogava no
Palmeiras, isso há oito anos,
quando recebi proposta para
jogar em Portugal. Casei-me
com uma portuguesa dois anos
depois, o que me deu a cidadania portuguesa. Em 94, eu me
naturalizei. Entrei na seleção
de Portugal em 96.
Folha - Como você se sente
jogando por outro país?
Bira - Eu sou profissional e a
partir do momento que entro
em quadra tenho que fazer o
melhor pelo meu time. Meu sonho de criança era representar
o Brasil. O destino acabou por
levar-me a Portugal. Tenho orgulho de jogar na seleção portuguesa.
Folha - Como você analisa o
desempenho de Portugal na Liga Mundial (até o quarto jogo,
o time somava três derrotas)?
Bira - No grupo, Cuba é um time superior. Para nós, a Liga é
um aprendizado. Mas contra
Argentina e a França podemos
fazer bons jogos, principalmente em casa. A seleção francesa, por exemplo, tem jogadores fisicamente muito mais fortes, e ganhamos um jogo deles
fora de casa.
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