São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2000


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Brasil e Austrália iniciam as semifinais da Davis
Missão Impossível?

JOSÉ ALAN DIAS
ENVIADO ESPECIAL A BRISBANE

Façanha, proeza, história. Dificilmente essas expressões tornadas lugares-comuns poderão dar a dimensão do que o Brasil procura a partir de hoje na Copa Davis. Com o melhor jogador que já produziu em suspeitas condições físicas e desafiando a melhor nação em duelos na grama, mais apropriado seria afirmar que o Brasil busca quase o impossível.
Da noite de hoje até sábado, o time nacional disputa contra a Austrália, em Brisbane, as semifinais do Grupo Mundial. Em melhor de cinco partidas, o confronto será aberto às 20h30 de Brasília (9h30 na Austrália, de sexta).
Neste primeiro dia, se encontrarão Gustavo Kuerten, primeiro colocado no novo ranking mundial, e Patrick Rafter, que domingo disputou a final de Wimbledon. A outra partida será entre Fernando Meligeni, 83º do mundo, ou André Sá, 85º, x Lleyton Hewitt, sexto, número um local.
Amanhã ocorre a disputa de duplas e, no terceiro dia, os adversários de simples se invertem. O sorteio com a ordem das partidas ocorreria ontem à noite, depois do fechamento desta edição.
Campeã da última edição, a Austrália acumula 27 títulos. É superada somente pelos EUA.
O Brasil almeja sua primeira final no Grupo Mundial, a elite com 16 países. O mais próximo que esteve dela fora a semifinal: em 1992, em quadra de carpete (rápida), perdeu para a Suíça por 4 a 1.
Se em conquistas na Davis os australianos aparecem como segundos do mundo, em quadra de grama são a principal potência.
Participaram de 127 confrontos na competição abrigados na grama, sendo bem-sucedidos em 101 deles (aproveitamento de 80%). O Brasil tem índice de 25%. Um enorme abismo o separa da desenvoltura alcançada pelos australianos: na história da Davis, houve não mais que oito confrontos envolvendo brasileiros na grama -6% do total da Austrália.
O último final de semana em Wimbledon, o principal torneio de grama, pode ter antecipado o que esperam os brasileiros. Todos os membros da Austrália fizeram finais na competição. Rafter decidiu (e perdeu) o título de simples. Um dia antes, Lleyton Hewitt disputara a final de duplas mistas. Mark Woodforde e Sandon Stolle foram rivais na final de duplas.
No caso do Brasil, um jogador encarna, ao mesmo tempo, as esperanças e preocupações. Gustavo Kuerten está escalado para disputar três pontos -dois de simples e o de duplas, com Jaime Oncins. Anteontem, saiu de um treino reclamando de dores na panturrilha direita. ""Como é que um jogador que treinou duas horas e 40 minutos ontem e uma hora e 40 minutos hoje pode estar contundido?", revidou ontem Ricardo Acioly, capitão brasileiro.


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