São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 2000


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VÔLEI
Com falhas na defesa, seleção resiste só 67 minutos; técnico alega falta de motivação após queda diante dos EUA
Apático, Brasil sofre "derrota-relâmpago" para a Itália na Liga

DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua pior partida na fase decisiva da Liga Mundial, a seleção brasileira masculina foi derrotada com facilidade ontem, em Roterdã (Holanda), pela Itália por 3 sets a 0 (25/19, 25/21 e 25/14) em apenas 67 minutos de partida.
Com a derrota, o Brasil complicou sua situação no hexagonal final do torneio. Já a Itália manteve sua invencibilidade nesta fase.
No jogo de ontem, o Brasil voltou a cometer os erros que o levaram a perder para os EUA, anteontem, por 3 sets a 2, depois de estar vencendo por 2 a 0.
Com muita dificuldade na recepção e no passe, o ataque brasileiro tornou-se presa fácil para o forte bloqueio italiano (foram nove só no primeiro set contra apenas dois do Brasil).
Mesmo atuando sem dois de seus principais jogadores (o atacante Giani e o meio-de-rede Gardini), poupados pelo técnico Andrea Anastasi, a Itália não teve dificuldade em fechar o primeiro set em apenas 16 minutos.
No segundo set, o Brasil voltou melhor e parecia que ia oferecer maior resistência. A equipe forçava bem o saque, e os pontas Nalbert e Dante conseguiam virar as bolas. Com isso, o Brasil chegou a ficar na frente até o décimo ponto.
Mas a recepção brasileira voltou a falhar, e os italianos, que forçavam o saque com Sartoretti e Rossalba, abriram quatro pontos de vantagem e fecharam em 25 a 21 o set mais equilibrado do jogo.
No intervalo, o técnico da seleção brasileira, Radamés Lattari, ainda tentou animar seus jogadores. "Vamos ter raiva da gente", gritava o treinador.
No entanto, a bronca de Lattari não surtiu efeito em quadra. Apático, o time brasileiro foi uma lástima no terceiro set. Falhou em todos os fundamentos. Nem as substituições feitas por Lattari -Joel no lugar de Max e Marcelo Elgarten no lugar de Maurício- mudaram a sorte do jogo.
Mais equilibrada, a Itália, que forçava bem o saque e era eficiente no bloqueio (foram sete no terceiro set), fechou a partida.
Após o jogo, Nalbert, um dos poucos que se salvaram, refletiu o espírito da equipe. "Ganhar ou perder é consequência do jogo, mas jogar sem coragem é inadmissível. Nunca jogamos nada contra eles. Estou envergonhado", desabafou o ponta.
Irritados com a derrota, os outros jogadores brasileiros nem ao menos fizeram o tradicional alongamento em quadra após o jogo e correram para o vestiário.
Triste com a postura do time, o técnico Radamés Lattari atribuiu a derrota à falta de motivação da equipe após o jogo contra os EUA.
"Não deu para recuperar o espírito dos jogadores, que atuaram sob o impacto da derrota no jogo anterior. Para os nossos atletas, uma partida assim significa muito. Para os italianos, é apenas mais um jogo", analisou Lattari.
O treinador lamentou ainda a falta de um jogador que exerça liderança dentro de quadra. "Infelizmente, há anos não aparece alguém com essa característica, a não ser o Carlão. Por isso, tentamos mantê-lo no time, mas não foi possível", declarou Lattari, lembrando o pedido de dispensa do ponta, que alegou não estar conseguindo se recuperar de uma hérnia de disco.
Para o próximo jogo, amanhã, contra a Iugoslávia, a equipe fará somente um treino leve e uma sessão de musculação.
"Não adianta treinar muito. Agora precisamos conversar para tentar aliviar a cabeça dos atletas", completou o treinador.


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