São Paulo, terça-feira, 13 de agosto de 2002

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BASQUETE

Indy 2

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

No segundo "round" da primeira fase, o Brasil definirá o seu caminho no Mundial-2002: se avançará à luta pelo pódio ou se continuará na briga pela 9ª, 10ª posições, incompatíveis com a história que construiu no esporte.
Como no primeiro "round", analisado nesta coluna da semana passada, serão três adversários -só que bem mais difíceis.
Atual campeã mundial, a Iugoslávia vai levar a Indianápolis o grupo mais maduro, capaz até de surpreender os anfitriões.
Tanto que, a valer a lista mais provável de convocados, os caçulas serão atletas que já conseguiram se destacar nas exigentes quadras da NBA: os alas Predrag Stojakovic, 25 anos e 2,06 m, do Sacramento, e Vladimir Radmanovic, 22 anos e 2,08 m, do Seattle.
Nos planos de Svetislav Pesic, técnico recém-contratado pelo Barcelona, figuram outros cinco nomes com passagem pela liga norte-americana. O mais célebre é o pivô Vlade Divac, 2,16 m e 34 anos, há 13 temporadas nos EUA.
Mas os "europeus" da Iugoslávia também não devem ser subestimados. Olho no armador Dejan Bodiroga, 29 anos e 2,04 m, o melhor jogador da Euroliga passada e outro reforço do Barça, clube do brasileiro Anderson Varejão.
Já a Espanha, terceira colocada no Europeu, aposta em uma nova fornada, em três garotos de 1980.
O Utah elegeu o armador Raúl Lopez, 1,82 m, para suceder o já legendário John Stockton, recordista em assistências e desarmes da NBA. O versátil ala Pau Gasol, 2,13 m, brilhou em Memphis e terminou eleito o melhor calouro do último campeonato da liga norte-americana. E o alinha Juan Carlos Navarro, 1,91 m, viajará a Indianápolis com um dos chutes mais precisos da Europa.
O problema para o técnico Javier Imbroda é que toda essa "new wave" chegou contundida ao campo de treinos, em Málaga. O time titular só pôde começar a treinar na semana passada.
Outro que enfrenta obstáculos para azeitar sua seleção é o canadense Jay Triano. Nas últimas semanas, o treinador viu evaporar as chances de medalhar.
Primeiro, o pivô Todd MacCulloch, 26 anos e 2,13 m, que acaba de assinar com o Philadelphia, pediu dispensa para tratar de dores crônicas nos pés. Depois, foi a vez de o pivô Jamaal Magloire, 24 anos e 2,08 m, desistir -ele alegou uma lombalgia e pressões de sua equipe, o New Orleans. Por fim, o armador Steve Nash, 28 anos e 1,91 m, anunciou ontem que deverá acatar a determinação do Dallas -o dono do clube proibiu seus jogadores de atuarem no Mundial a menos que as confederações paguem apólice de seguros para o caso de contusões.
Assim, um a um, o Canadá perdeu seus craques na NBA. Entretanto, vale lembrar, a "sobra" bateu o Brasil na semana retrasada, em um torneio em Istambul. O destaque foi o ala-pivô Michael Meeks, 30 anos e 2,07 m, 21 pontos e 6 rebotes diante dos brasileiros.
De todo modo, a implosão canadense alimentou as mínimas chances de Angola no Mundial.
Potência africana (cinco dos seis últimos títulos continentais), terá um time acostumado a apanhar. Os irmãos Edmar, 27, e Angelo Victoriano, 34, alas de 1,97 m, brilharam no Africano-2001, ao lado do pivô-vovô Jean-Jacques Conceição, 38 anos e 2,09 m.
Serão seis partidas nos dois "rounds". A seleção de Hélio Rubens precisa ganhar no mínimo três. Menos que isso, um abraço.

Pré-Mundial 4
A ESPN Brasil exibe hoje Brasil x Argentina, ótima chance para você conferir a equipe de Hélio Rubens -e tentar decifrar os critérios do treinador, que, às portas de um torneio duríssimo, insiste em fazer testes e escalar quintetos "nanicos". Domingo, a Argentina atropelou a Venezuela, 121 x 58. Já o Brasil sofreu para bater o terceiro representante sul-americano no Mundial, 98 x 93, ontem.

Pré-Mundial 5
A ESPN Brasil, aliás, comprou o Mundial de Indianápolis, o que é uma boa notícia, dado o seu know-how nas transmissões de basquete. Mas é uma pena que tenha programado apenas 5 das 24 partidas da primeira fase. Assim, o torcedor não poderá conhecer os três oponentes do Brasil no segundo "round". Nem apreciar o basquete de outras seleções importantes, como Argentina, Rússia e China (todas elas com jogadores na NBA). Tomara que a emissora reconsidere e pelo menos recheie as madrugadas com videoteipes.

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