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São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2003

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Doping pode dar ouro ao atletismo

DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO

O atletismo brasileiro pode obter mais um ouro no Pan-Americano. Mickey Grimes, um dos velocistas dos EUA no revezamento 4 x 100 m, foi pego no antidoping feito após sua vitória nos 100 m, ocorrida três dias antes do ouro na competição por equipe.
Foi o segundo caso de doping no Pan -o primeiro fora para uma surinamesa nos 800 m.
Segundo o presidente da Odepa, Mario Vazquez Raña, apesar de o doping ter ocorrido em outra prova, Grimes terá todos os seus resultados anulados, o que favoreceria o Brasil, que chegou em segundo na prova. "A regra diz que, quando um exame dá positivo, o atleta é despojado de todas as suas medalhas" disse Raña.
O parecer do dirigente foi respaldado pelo chefe da equipe médica da entidade, o brasileiro Eduardo de Rose, para quem a punição tem validade para qualquer prova após o caso positivo.
A assessoria da Odepa deu opinião semelhante, mas fez uma restrição: afirmou que a perda da medalha nos 4 x 100 m costuma ser automática, mas somente se o atleta não tiver feito exame no revezamento ou, caso tenha feito, se for novamente flagrado.
Segundo o COB, Grimes não fez exame após a vitória no revezamento -outro atleta foi escolhido. A entidade anunciou ontem à noite que aguardaria a decisão da Odepa sobre o caso antes de contabilizar o ouro em seu quadro.
Entidade máxima da modalidade, a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) disse que a punição deve valer também para o revezamento. O atleta estaria suspenso desde a prova em que foi flagrado.
Ontem, até mesmo o Usoc e o atleta se pronunciaram. O comitê olímpico dos EUA disse que o doping foi um erro grave, mas que perdoava o atleta, e Grimes reconheceu ter usado efedrina.
Se a Odepa cassar a medalha, o Brasil ficaria com o ouro. O segundo lugar passaria a ser de Trinidad e Tobago, e o bronze, de Cuba. Até o fechamento desta edição, porém, a Odepa ainda não havia oficializado a destituição do título dos EUA no revezamento.
Com a mudança, o atletismo brasileiro somaria cinco ouros, cinco pratas e seis bronzes e empataria com o judô como a modalidade que mais ouros rendeu ao país em Santo Domingo. A campanha, no entanto, ainda seria inferior à do último Pan: em Winnipeg, há quatro anos, foram sete ouros, cinco pratas e quatro bronzes, também 16 medalhas no total.
Nos 100 m, o jamaicano Michael Frater acabou herdando a medalha de ouro. O melhor velocista brasileiro na prova, Edson Luciano, havia chegado apenas na quinta colocação. (EO, GR E JCA)


Com agências internacionais


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