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Doping pode dar ouro ao atletismo
DOS ENVIADOS A SANTO DOMINGO
O atletismo brasileiro pode obter mais um ouro no Pan-Americano. Mickey Grimes, um dos velocistas dos EUA no revezamento
4 x 100 m, foi pego no antidoping
feito após sua vitória nos 100 m,
ocorrida três dias antes do ouro
na competição por equipe.
Foi o segundo caso de doping
no Pan -o primeiro fora para
uma surinamesa nos 800 m.
Segundo o presidente da Odepa, Mario Vazquez Raña, apesar
de o doping ter ocorrido em outra
prova, Grimes terá todos os seus
resultados anulados, o que favoreceria o Brasil, que chegou em
segundo na prova. "A regra diz
que, quando um exame dá positivo, o atleta é despojado de todas
as suas medalhas" disse Raña.
O parecer do dirigente foi respaldado pelo chefe da equipe médica da entidade, o brasileiro
Eduardo de Rose, para quem a
punição tem validade para qualquer prova após o caso positivo.
A assessoria da Odepa deu opinião semelhante, mas fez uma
restrição: afirmou que a perda da
medalha nos 4 x 100 m costuma
ser automática, mas somente se o
atleta não tiver feito exame no revezamento ou, caso tenha feito, se
for novamente flagrado.
Segundo o COB, Grimes não fez
exame após a vitória no revezamento -outro atleta foi escolhido. A entidade anunciou ontem à
noite que aguardaria a decisão da
Odepa sobre o caso antes de contabilizar o ouro em seu quadro.
Entidade máxima da modalidade, a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo)
disse que a punição deve valer
também para o revezamento. O
atleta estaria suspenso desde a
prova em que foi flagrado.
Ontem, até mesmo o Usoc e o
atleta se pronunciaram. O comitê
olímpico dos EUA disse que o doping foi um erro grave, mas que
perdoava o atleta, e Grimes reconheceu ter usado efedrina.
Se a Odepa cassar a medalha, o
Brasil ficaria com o ouro. O segundo lugar passaria a ser de Trinidad e Tobago, e o bronze, de
Cuba. Até o fechamento desta
edição, porém, a Odepa ainda não
havia oficializado a destituição do
título dos EUA no revezamento.
Com a mudança, o atletismo
brasileiro somaria cinco ouros,
cinco pratas e seis bronzes e empataria com o judô como a modalidade que mais ouros rendeu ao
país em Santo Domingo. A campanha, no entanto, ainda seria inferior à do último Pan: em Winnipeg, há quatro anos, foram sete
ouros, cinco pratas e quatro bronzes, também 16 medalhas no total.
Nos 100 m, o jamaicano Michael
Frater acabou herdando a medalha de ouro. O melhor velocista
brasileiro na prova, Edson Luciano, havia chegado apenas na
quinta colocação.
(EO, GR E JCA)
Com agências internacionais
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