DA REPORTAGEM LOCAL

Numa semana, derrota para o número 314 do mundo. Na outra, mais uma eliminação na estréia, com direito até a um "pneu".
A fase de Gustavo Kuerten não é mesmo boa. Ontem, na primeira rodada do Masters Series de Cincinnati, ele foi batido pelo argentino Mariano Zabaleta, em 55 minutos, por 2 sets a 0 (6/4 e 6/0).
Dessa forma, o tenista brasileiro finalizou de maneira pífia sua preparação para o Aberto dos Estados Unidos, o último Grand Slam da temporada, que começa no próximo dia 25 de agosto.
Nas três competições preparatórias para Flushing Meadows, Guga só venceu dois adversários medíocres em Los Angeles. Antes de perder para Zabaleta, foi batido no Masters Series de Montréal pelo inexpressivo Simon Larose.
Em Roland Garros, Guga sentiu na pele o quanto a falta de uma boa sequência de vitórias prévias atrapalha em um Grand Slam.
Antes de tentar seu quarto título no saibro francês, Kuerten não venceu mais de dois jogos em nenhuma das quatro competições que disputou na temporada européia de seu piso preferido.
Como resultado, acabou não passando das oitavas-de-final nas quadras que o consagraram.
A derrota diante de Zabaleta também significou outras marcas negativas. Das sete etapas já realizadas do Masters Series, o brasileiro caiu na estréia quatro vezes. Ruim assim só no ano passado, quando, no entanto, o brasileiro teve como atenuante a cirurgia que sofreu no quadril. Foi também a primeira vez no ano em que Guga terminou um set sem ganhar um game sequer.
Os números da partida mostram o quanto ele foi mal diante de Zabaleta, que ocupa o 31º posto no ranking de entradas.
O argentino chegou a ganhar nove games seguidos. Venceu 57 pontos, contra apenas 33 de Guga, que cometeu 19 erros, contra apenas seis de Zabaleta. O saque do brasileiro mais uma vez não funcionou -ele conseguiu só um ace e ainda teve quatro duplas-faltas.
"Depois que ele ganhou o primeiro set, começou a jogar melhor ainda, e realmente não tive chances de voltar no jogo", disse Guga sobre o confronto.
Ao cair de forma tão precoce em Montréal e Cincinnati, onde não defendia pontos para o ranking de entradas, Kuerten perdeu a chance de subir nessa lista, em que hoje é só o 13º colocado.
Nas próximas semanas, o brasileiro terá que jogar bem para não cair de forma vertiginosa. No Aberto dos EUA, ele defende 150 pontos das oitavas-de-final do ano passado. Depois, mais 200 pontos da campanha que lhe deu o título no Torneio da Costa do Sauípe, na Bahia.
A presença de Guga no Masters de Houston, que vai reunir os oito melhores tenistas da temporada, também é cada vez mais difícil.
Guga irá aparecer na próxima segunda-feira com 235 pontos na Corrida dos Campeões. Dependendo do resultado final de Cincinnati, ele pode ter mais de 100 pontos de desvantagem em relação ao oitavo colocado da lista.

Em alta
Enquanto Guga continua a colher resultados ruins, Flávio Saretta segue em evolução.
Na sua estréia na última etapa americana do Masters Series, o segundo melhor brasileiro do tênis na atualidade venceu o espanhol Dávid Sanchez por 2 sets a 1.
Hoje, em busca de uma vaga na terceira rodada, Saretta desafia o francês Fabrice Santoro.