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GINÁSTICA
Mais aplaudida, atleta é elogiada até por adversária e adota discurso otimista
Na "avant première", Daiane se poupa, mas seduz chefe e gregos
DO ENVIADO A ATENAS
Na prévia oficial dos Jogos,
Daiane dos Santos foi "a melhor".
Essa é a opinião da Confederação
Brasileira de Ginástica.
Bastante aplaudida pelo público
após se apresentar no treino de
pódio da modalidade -quando
os atletas apresentam aos jurados
os movimentos que vão executar
na competição-, Daiane também adotou discurso otimista.
"Estou bem feliz. Não tenho como não estar confiante", afirmou.
A seu lado, Eliane Martins, a
chefe da delegação, senteciou:
"Muito bem. Foi ótimo. Foi a melhor do dia, sem bairrismo. Estou
aqui desde as 9h30", disse ela
quando já eram mais de 21h.
Para a dirigente, a exibição ajudará a atleta gaúcha de 21 anos no
momento em que os jurados forem avaliá-la. "A primeira impressão é sempre a que fica."
No solo, Daiane mostrou, durante um minuto e meio, o duplo
twist carpado, movimento que leva seu nome ("Dos Santos"). Mas
não fez o duplo twist esticado, de
maior grau de dificuldade.
Após a fase de classificação, que
abre o torneio olímpico feminino
de ginástica, o duplo twist esticado deve voltar à série. O objetivo é
poupar o joelho direto da ginasta,
operado há 55 dias em Curitiba.
"Para ela se classificar [para a final do solo], não precisa fazer o
estendido. Então é bobagem querer arriscar", disse Eliane.
Dependendo dos resultados de
domingo, ela pode voltar a atuar
na terça-feira na final por equipes,
porém ainda terá mais seis dias
para melhorar a situação de seu
joelho até a decisão do solo. Só então o duplo twist esticado voltará,
segundo informou a dirigente.
Daiane tem aprovado sua recuperação. "Estava mancando, mas
não estou mais. Isso é normal. Os
médicos são eficientes." E se diz
preparada para atuar. "Agora não
tem mais nada para fazer. Não estou nervosa. [No domingo], quero
estar que nem eu estava hoje."
As brasileiras atuaram na última rodada de apresentações do
dia, ao lado de Espanha, França e
um conjunto de ginastas de outros países. Daiane reencontrou
ontem uma das principais rivais
no solo: Elena Gomez. Para a espanhola, "é muito difícil" bater a
campeã mundial. "É uma boa ginasta e veio muito bem treinada."
Ontem, quando voltou ao palco
em que perdeu uma invencibilidade de oito meses no solo, em
março, Daiane ficou com boa impressão. "Achei o ginásio muito
bonito. Eles se superaram."
Como esperado, ela só não subiu na trave. Enquanto suas cinco
colegas de time se exibiam no
aparelho -erros de Laís Souza,
Caroline Molinari e Daniele
Hypólito irritaram o técnico Oleg
Ostapenko-, ela fez massagens
no joelho. Depois, disse: "Deu para ver que o Brasil está bem".
A atleta também viu um desejo
virar realidade. Adriana Alves,
técnica que a lapidou no Grêmio
Náutico União, viajou para Atenas após o COB conseguir credencial para que ela assistisse às
provas no ginásio.
(ROBERTO DIAS)
Colaborou Cristiano Cipriano Pombo,
da Reportagem Local
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