São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 2002

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Nunca antes time teve aproveitamento e defesa tão ruins em um início do torneio como agora

Palmeiras realiza o pior Nacional da sua história

Fernando Santos/Folha Imagem
O técnico Levir Culpi acompanha primeiro treino do Palmeiras após a derrota para o Inter, que manteve o jejum de vitórias de seu time


PAULO COBOS
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Muito pior do que na época de ouro da Parmalat. Inferior até aos medíocres times formados pelo clube no início dos anos 80.
O Palmeiras 2002 faz o pior início de Campeonato Brasileiro da história da equipe. Se a atual edição já estivesse encerrada, o desempenho final seria também o mais fraco de todos os tempos do clube do Parque Antarctica.
Além disso, nunca antes o time, que já ganhou o Nacional quatro vezes, teve uma defesa tão vazada como agora no certame.
Depois de nove jogos, o time acumula apenas uma vitória, quatro empates e quatro derrotas (a última delas anteontem, diante do Internacional), o que significa um aproveitamento de 25,9%. Tal performance colocava a equipe, antes da jornada de ontem, no 23º posto da classificação -dentro da zona de rebaixamento.
No mesmo número de partidas iniciais, a pior performance do time antes não havia sido inferior a 29,6%. Isso aconteceu em 1990 e 1992, mas nas duas vezes o time reagiu e fez campanhas com aproveitamento próximo dos 50%.
Até quando teve os piores momentos da sua história o Palmeiras foi mais eficiente no Brasileiro do que agora. Em 1981, ainda no início do jejum de títulos e com Darinta e Tonigato na equipe, o clube ganhou 50% dos pontos que disputou pelo Nacional.
Se na classificação o time de Levir Culpi ainda pode reagir, na zaga a situação é mais delicada.
O Palmeiras tem a pior defesa do Nacional, com 21 gols sofridos, média de 2,33 por jogo.
Essa marca é bem maior do que a pior anteriormente registrada pelo clube tanto nos nove jogos iniciais quanto em uma edição completa do Nacional -1,83 gol levado por partida.
Mesmo se não for vazada mais nenhuma vez até o final do certame atualmente disputado, a defesa palmeirense de 2002 será apenas a 15ª mais eficiente da trajetória do clube no mais importante campeonato do país.
"Esse é o principal problema do Palmeiras: está sofrendo muitos gols. O time não tem estabilidade, e isso gera um desequilíbrio emocional, tático e técnico", declarou Levir Culpi, citando principalmente o goleiro Marcos e o zagueiro Alexandre, que vem sendo muito criticado pelos torcedores. "Eles estão sofrendo com isso [a instabilidade do time"."
Outra marca negativa histórica da atual equipe palmeirense é o saldo de gols -negativo em nove.
Até o momento, o clube só terminou cinco Brasileiros sofrendo mais gols do que marcando, sendo que o pior saldo negativo não passou de sete.

Futuro
Para inverter a situação atual, o Palmeiras terá pela frente uma série de jogos contra times que também não fazem boa campanha. Nas próximas quatro rodadas, o time pega Bahia, Ponte Preta, Figueirense e Paysandu.
Os confrontos contra os campineiros e os catarinenses serão fora de São Paulo, onde o Palmeiras acumula três derrotas e um empate no Brasileiro-2002.
Mesmo com o time na zona de rebaixamento do Nacional, o técnico palmeirense diz acreditar que a equipe possa estar entre os oito classificados para a próxima fase do torneio.
"Quando começarmos a ganhar ninguém vai nos segurar até a final", vislumbra Culpi.
No ano passado, com uma fórmula parecida com a atual, o oitavo colocado da primeira fase, o último a garantir lugar nas finais, teve um aproveitamento de 56%.
Para chegar ao final da fase de classificação com essa marca, o Palmeiras precisa ter a partir de agora um aproveitamento de 73%. Dos 26 times que disputam o Nacional, apenas o Juventude, sem contar o jogo de ontem contra o Botafogo no Rio de Janeiro, supera essa performance.



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