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Nunca antes time teve aproveitamento e defesa tão ruins em um início do torneio como agora
Palmeiras realiza o pior Nacional da sua história
Fernando Santos/Folha Imagem
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O técnico Levir Culpi acompanha primeiro treino do Palmeiras após a derrota para o Inter, que manteve o jejum de vitórias de seu time |
PAULO COBOS
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Muito pior do que na época de
ouro da Parmalat. Inferior até aos
medíocres times formados pelo
clube no início dos anos 80.
O Palmeiras 2002 faz o pior início de Campeonato Brasileiro da
história da equipe. Se a atual edição já estivesse encerrada, o desempenho final seria também o
mais fraco de todos os tempos do
clube do Parque Antarctica.
Além disso, nunca antes o time,
que já ganhou o Nacional quatro
vezes, teve uma defesa tão vazada
como agora no certame.
Depois de nove jogos, o time
acumula apenas uma vitória, quatro empates e quatro derrotas (a
última delas anteontem, diante do
Internacional), o que significa um
aproveitamento de 25,9%. Tal
performance colocava a equipe,
antes da jornada de ontem, no 23º
posto da classificação -dentro
da zona de rebaixamento.
No mesmo número de partidas
iniciais, a pior performance do time antes não havia sido inferior a
29,6%. Isso aconteceu em 1990 e
1992, mas nas duas vezes o time
reagiu e fez campanhas com aproveitamento próximo dos 50%.
Até quando teve os piores momentos da sua história o Palmeiras foi mais eficiente no Brasileiro
do que agora. Em 1981, ainda no
início do jejum de títulos e com
Darinta e Tonigato na equipe, o
clube ganhou 50% dos pontos
que disputou pelo Nacional.
Se na classificação o time de Levir Culpi ainda pode reagir, na zaga a situação é mais delicada.
O Palmeiras tem a pior defesa
do Nacional, com 21 gols sofridos,
média de 2,33 por jogo.
Essa marca é bem maior do que
a pior anteriormente registrada
pelo clube tanto nos nove jogos
iniciais quanto em uma edição
completa do Nacional -1,83 gol
levado por partida.
Mesmo se não for vazada mais
nenhuma vez até o final do certame atualmente disputado, a defesa palmeirense de 2002 será apenas a 15ª mais eficiente da trajetória do clube no mais importante
campeonato do país.
"Esse é o principal problema do
Palmeiras: está sofrendo muitos
gols. O time não tem estabilidade,
e isso gera um desequilíbrio emocional, tático e técnico", declarou
Levir Culpi, citando principalmente o goleiro Marcos e o zagueiro Alexandre, que vem sendo
muito criticado pelos torcedores.
"Eles estão sofrendo com isso [a
instabilidade do time"."
Outra marca negativa histórica
da atual equipe palmeirense é o
saldo de gols -negativo em nove.
Até o momento, o clube só terminou cinco Brasileiros sofrendo
mais gols do que marcando, sendo que o pior saldo negativo não
passou de sete.
Futuro
Para inverter a situação atual, o
Palmeiras terá pela frente uma série de jogos contra times que também não fazem boa campanha.
Nas próximas quatro rodadas, o
time pega Bahia, Ponte Preta, Figueirense e Paysandu.
Os confrontos contra os campineiros e os catarinenses serão fora
de São Paulo, onde o Palmeiras
acumula três derrotas e um empate no Brasileiro-2002.
Mesmo com o time na zona de
rebaixamento do Nacional, o técnico palmeirense diz acreditar
que a equipe possa estar entre os
oito classificados para a próxima
fase do torneio.
"Quando começarmos a ganhar
ninguém vai nos segurar até a final", vislumbra Culpi.
No ano passado, com uma fórmula parecida com a atual, o oitavo colocado da primeira fase, o último a garantir lugar nas finais, teve um aproveitamento de 56%.
Para chegar ao final da fase de
classificação com essa marca, o
Palmeiras precisa ter a partir de
agora um aproveitamento de
73%. Dos 26 times que disputam
o Nacional, apenas o Juventude,
sem contar o jogo de ontem contra o Botafogo no Rio de Janeiro,
supera essa performance.
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