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Seleção vence amistoso quente
Diante de 67 mil torcedores, Brasil vê Elano levar vermelho por falta violenta e Dunga ser expulso
Brian Snyder/Reuters
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Kaká, ao seu estilo, comemora gol, o segundo da seleção de Dunga na vitória no amistoso nos EUA |
México 1
Brasil 3
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BOSTON
Foram quase dois anos jogando na Europa, no Oriente
Médio ou na Venezuela, sem
sentir o calor da torcida. Mas
ontem, em Boston, diante de
mais de 67 mil torcedores (quase todos brasileiros), tudo foi
bem diferente para a seleção.
As arquibancadas lotadas do
Gillette Stadium conduziram o
time nacional ao seu jogo mais
quente dos últimos anos nos 3 a
1 sobre o México, que reverteu
uma série de resultados ruins
-o rival havia vencido quatro
dos últimos sete confrontos entre as duas equipes.
O triunfo foi de virada, com o
Brasil pecando na disciplina.
Elano foi expulso por jogada
desleal, os astros Kaká e Ronaldinho receberam cartão amarelo (Kléber também) por faltas duras e, quase já no final,
Dunga foi expulso pelo juiz
americano Baldomero Toledo.
Os números também comprovam o clima de disputa em
campo. O Brasil cometeu 21 faltas, sete a mais do que o rival.
Foi a primeira vez que o treinador recebeu tal punição no
comando da seleção. Isso dias
depois de dizer que agora precisou mudar a sua postura em relação aos tempos de jogador.
Os gols, principalmente o
terceiro, foram comemorados
de forma efusiva. O time ainda
agradeceu aos torcedores, que
pagavam cerca de R$ 15 por
uma cerveja pequena e enfrentaram filas monstruosas para
estacionar e comprar comida
nas lanchonetes do estádio.
Dentro de campo, apesar da
proximidade da estréia nas eliminatórias, contra a Colômbia,
no mês que vem, Dunga resolveu mudar bastante seu time
em relação à equipe que venceu
os EUA no último domingo.
Na defesa, só Lúcio foi mantido. Na frente, Vágner Love entrou na vaga de Afonso -mais
uma vez decepcionou. Dunga,
então, pareceu ter se cansado
da debilidade de seus camisas 9
e deixou o time sem centroavante ao tirar Love e botar o
meia Elano. Mas mudou de
idéia e viu sua aposta mais
questionada, o atacante Afonso, fechar o placar em um chute
forte cruzado e comemorar de
forma emocionada, sendo
cumprimentado por quase todo o time, incluindo reservas.
O Brasil dominou quase todo
o primeiro tempo, mas foi castigado no final, aos 42min, com
o gol de Cacho, feito após rápida troca de passes mexicanos.
Só que Kléber, depois de cobrança de escanteio executada
por Ronaldinho, empatou aos
45min, quebrando um tabu de
mais de 200 minutos do Brasil
sem balançar as redes contra a
seleção mexicana.
O segundo tempo novamente teve o Brasil melhor, mas o
goleiro Ochoa garantia o empate. Só que ele não pôde fazer nada aos 34min, quando Kaká
surgiu para desempatar.
A quebra da sina contra o
México ganhou ares dramáticos após expulsão de Elano, por
falta desleal. Mas o gol de Afonso, no fim, selou os 3 a 1.
A estréia nas eliminatórias
acontece no dia 14 de outubro,
em Bogotá. Três dias depois,
Dunga enfim põe seu time para
jogar no Brasil, contra o Equador, no estádio do Maracanã.
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