|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
recomeço
Basquete se une contra sua pior crise
Com inédita anuência da confederação, clubes criam campeonato após três anos de rachas e o terceiro fiasco olímpico
Com início previsto para 2009, liga tem o apoio de 20 agremiações e é comandada por um amigo pessoal do presidente da confederação
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi necessário chegar quase
ao fundo do poço para o basquete brasileiro começar a reagir. Após a modalidade conviver nos últimos três anos com
um racha entre clubes e a confederação brasileira (CBB), há
uma conciliação em curso.
Contando com o apoio da
CBB, clubes de nove Estados
-incluindo os paulistas, dissidentes do último Nacional-
criaram a Liga Nacional de Basquete (LNB), cuja missão é organizar um campeonato que
substituirá o Nacional masculino como competição oficial.
Com início previsto para janeiro de 2009, a LNB será gerida pelos times, copiando o modelo em voga nos principais
centros de basquete do mundo.
O registro oficial em cartório
da liga só será feito no fim deste
mês ou no início de outubro.
A assessoria de imprensa da
CBB confirma que a liga tem a
chancela da entidade. O presidente da confederação, Gerasime Bozikis, o Grego, não se pronunciou sobre o assunto, pois,
segundo a assessoria, não falará
com a imprensa até outubro.
Um sinal de que a aproximação entre clubes e CBB parece
ser definitiva foi a escolha de
Kouros Monadjemi (ex-presidente do Minas) para presidir a
LNB. Eleito pelos representantes dos clubes, o dirigente é
amigo pessoal de Grego e fará a
mediação entre as entidades.
"Eu já tinha conversado com
o Grego há muito tempo para
que os clubes tivessem mais liberdade na negociação de contratos", conta Monadjemi.
"A idéia é unir os clubes para
ajudar a CBB a ressuscitar o
basquete. A gente vê que a CBB
hoje tem dificuldades para erguer o basquete. É fácil [para os
clubes] criticar, mas por que
não estender a mão?", afirma.
A liga foi aprovada por 20
clubes: Flamengo, Nova Iguaçu, Brasília, Minas, Uberlândia,
Joinville, Salvador, Londrina,
Pinheiros, Paulistano, São José, Bauru, Araraquara, Rio Claro, Franca, Assis, Limeira, Lajeado, Cetaf e Saldanha da Gama. Entretanto somente 16 ou
18 equipes vão disputar a competição no ano que vem.
"Só vai entrar no torneio
quem tiver capacidade de se
bancar", diz Monadjemi. Ele
crê que, para um clube manter
uma equipe razoável e competitiva, é necessário um investimento anual de R$ 600 mil.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Liga quer seguir modelo da NBA Índice
|