São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2008

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recomeço

Basquete se une contra sua pior crise

Com inédita anuência da confederação, clubes criam campeonato após três anos de rachas e o terceiro fiasco olímpico

Com início previsto para 2009, liga tem o apoio de 20 agremiações e é comandada por um amigo pessoal do presidente da confederação


MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi necessário chegar quase ao fundo do poço para o basquete brasileiro começar a reagir. Após a modalidade conviver nos últimos três anos com um racha entre clubes e a confederação brasileira (CBB), há uma conciliação em curso.
Contando com o apoio da CBB, clubes de nove Estados -incluindo os paulistas, dissidentes do último Nacional- criaram a Liga Nacional de Basquete (LNB), cuja missão é organizar um campeonato que substituirá o Nacional masculino como competição oficial.
Com início previsto para janeiro de 2009, a LNB será gerida pelos times, copiando o modelo em voga nos principais centros de basquete do mundo.
O registro oficial em cartório da liga só será feito no fim deste mês ou no início de outubro.
A assessoria de imprensa da CBB confirma que a liga tem a chancela da entidade. O presidente da confederação, Gerasime Bozikis, o Grego, não se pronunciou sobre o assunto, pois, segundo a assessoria, não falará com a imprensa até outubro.
Um sinal de que a aproximação entre clubes e CBB parece ser definitiva foi a escolha de Kouros Monadjemi (ex-presidente do Minas) para presidir a LNB. Eleito pelos representantes dos clubes, o dirigente é amigo pessoal de Grego e fará a mediação entre as entidades.
"Eu já tinha conversado com o Grego há muito tempo para que os clubes tivessem mais liberdade na negociação de contratos", conta Monadjemi.
"A idéia é unir os clubes para ajudar a CBB a ressuscitar o basquete. A gente vê que a CBB hoje tem dificuldades para erguer o basquete. É fácil [para os clubes] criticar, mas por que não estender a mão?", afirma.
A liga foi aprovada por 20 clubes: Flamengo, Nova Iguaçu, Brasília, Minas, Uberlândia, Joinville, Salvador, Londrina, Pinheiros, Paulistano, São José, Bauru, Araraquara, Rio Claro, Franca, Assis, Limeira, Lajeado, Cetaf e Saldanha da Gama. Entretanto somente 16 ou 18 equipes vão disputar a competição no ano que vem.
"Só vai entrar no torneio quem tiver capacidade de se bancar", diz Monadjemi. Ele crê que, para um clube manter uma equipe razoável e competitiva, é necessário um investimento anual de R$ 600 mil.


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