São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Reserva na conquista da prata, técnico busca nova consagração no Mundial

Bernardinho volta ao banco por título perdido em 1982

DA REPORTAGEM LOCAL

No banco de reservas no Mundial da Argentina, um levantador mediano acompanhou, resignado, a derrota de sua seleção para a então URSS na decisão de 1982.
No banco de reservas do Mundial da Argentina, um técnico vitorioso vai tentar hoje dar a sua seleção o único título que falta ao vôlei masculino do país.
O caminho que levou Bernardinho, 43, ao banco do ginásio Luna Park, em Buenos Aires, começou a ser traçado em 1988. Naquele ano, o então técnico Bebeto de Freitas o convidou para fazer parte da comissão técnica da seleção nos Jogos Olímpicos de Seul.
Jogador razoável que esteve por oito anos presente nas principais conquistas de sua geração como reserva do intocável titular Wil-liam, Bernardinho decidiu investir na nova carreira após 19 anos como levantador.
Após o trabalho na Olimpíada, foi para a Itália em 1989 com a missão de treinar a fraca equipe feminina do Peruggia, que lutava contra o rebaixamento.
O time não caiu e, no ano seguinte, chegou ao vice-campeonato. A consagração veio em 1991, quando foi campeão da Copa da Itália e da Copa Européia.
A sequência de conquistas lhe rendeu convite para treinar pela primeira vez um time masculino, o Modena, onde ficou um ano.
Em 1993, de volta ao Brasil, foi convidado para assumir a seleção feminina. No ano seguinte, conquistaria o título do Grand Prix e a medalha de prata no Mundial.
Combinando seu temperamento explosivo com muito rigor nos treinamentos e um relacionamento estreito com as jogadoras fora da quadra -suas comandadas se disseram órfãs quando ele deixou o time-, o técnico alcançou suas principais conquistas.
Foi no comando de Fernanda Venturini -hoje sua mulher-, Ana Moser e cia. que ganhou o bronze em Atlanta-1996.
Quatro anos depois, já com uma nova geração capitaneada por Leila, Virna e Fofão, repetiu o feito nos Jogos de Sydney.
Nesse período, ainda venceu a Superliga feminina pelo Rexona em 1997/1998 e 1999/2000.
No fim de 2000, após resultados ruins de Radamés Lattari, Bernardinho foi chamado pela Confederação Brasileira de Vôlei para assumir o time masculino.
Após oito anos no feminino, o treinador viu no convite a possibilidade de chegar a seu principal objetivo: o ouro olímpico.
Logo que assumiu o time, em 2001, pegou a base de Lattari e mesclou com jovens surpresas da Superliga -André Nascimento, Henrique e Escadinha. Promoveu também a volta de Marcelo Negrão -o oposto rompeu os ligamentos do joelho em maio daquele ano e deu lugar a Anderson.
Essa mescla somada às horas perdidas na madrugada em sessões de análises de vídeos dos adversários deram resultados logo no primeiro ano -venceu seis dos oito torneios que disputou- e o colocou hoje novamente no banco de reservas da decisão do Mundial. (MARIANA LAJOLO)


Texto Anterior: Marcas pessoais estimulam Maurício e Nalbert
Próximo Texto: Depoimento: Ele sempre teve interesse em estudar o vôlei
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.