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BRASIL X COLÔMBIA
Atacante ultrapassa o Rei em gols nos jogos de Copa e hoje tenta alargar o abismo entre suas próprias atuações no Mundial e as em outros eventos
Após bater Pelé, Ronaldo só tenta golear Ronaldo
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ
É jogo de Copa. Então a chance
de Ronaldo marcar e o Brasil ganhar da Colômbia em Maceió hoje, às 21h45, é muito maior.
Ninguém fez tantos gols em
partidas de eliminatórias e fases
finais de Mundiais como o atacante, que completou 28 anos no
mês passado. Esses são os jogos
em que o muitas vezes disperso
Ronaldo decide para seu time.
Ele soma 21 gols em qualificatórios e nas Copas de 1998 e 2002.
Tem três tentos a mais do que Pelé, o vice-líder. Os dois empatam
em 12 nos confrontos de fases finais, mas Ronaldo ganha em eliminatórias (9 contra 6).
Mas é quando se compara o desempenho com o resto dos jogos
da seleção que fica evidente o descompasso entre o Ronaldo dos
Mundiais (para a Fifa, entidade
máxima do futebol, as eliminatórias são parte deles) e o Ronaldo
de amistosos e outros torneios
oficiais com a camisa amarela.
Com os dois gols que marcou na
Venezuela, ele atingiu média de
0,91 gol por jogo nos confrontos
de Copa, superando Pelé. A performance cai quase 40% nos outros compromissos do time principal (média de 0,58).
Com Pelé, o fosso é muito menor. O melhor jogador da história
marcou 0,90 gol por jogo em
Mundiais e eliminatórias e 0,82
nas outras vezes em que vestiu o
uniforme da seleção.
Ronaldo diz que não tem como
principal meta bater recordes de
gols, mas não esconde o entusiasmo com essa possibilidade. "Números e estatísticas me deixam feliz e otimista", afirma o atacante,
que já é o segundo maior goleador
do Brasil em jogos contra seleções
nacionais e o terceiro contabilizando todos os tipos de adversários. Mas ele quer mais.
"Espero continuar a ser determinante para a seleção por muitos anos", disse, com convicção, o
jogador, que ainda precisa marcar
36 vezes para se igualar a Pelé.
E não vai faltar ajuda do esquema tático montado pelo técnico
Carlos Alberto Parreira para alcançar essa meta. "O Ronaldo
tem uma responsabilidade muito
menor do que os outros na marcação. Ele só precisa cercar os zagueiros", afirma o treinador, deixando claro que a função primordial do jogador no gramado é empurrar a bola para o gol. "Ele é o
homem em quem a bola tem que
chegar", reforça Parreira, que há
mais de dez anos foi o primeiro a
convocar o atacante do Real Madrid para a seleção brasileira.
Contra a Colômbia, Ronaldo terá um parceiro diferente do que
contra a Venezuela, quando marcou dois gols. Suspenso, Kaká sai
do time. Parreira não confirmou
de forma oficial, mas Alex deve
começar o jogo, com Adriano ficando no banco de reservas. E Ronaldinho atuará mais avançado.
Independentemente disso, Ronaldo pode igualar ou mesmo superar um novo recorde da seleção
brasileira em solo alagoano. Com
mais dois gols, ele se iguala a Romário e Zico, que com 11 tentos
são os atletas do país que mais
marcaram em eliminatórias.
E terá um talismã nas arquibancadas. Sua noiva Daniella Cicarelli
estará no Rei Pelé. Nas partidas
contra a Argentina, em Belo Horizonte, e Bolívia, em São Paulo, ela
compareceu ao estádio e viu o futuro marido balançar as redes nada menos do que quatro vezes.
Líder invicto das eliminatórias,
com apenas um ponto de vantagem sobre a eterna rival Argentina, o Brasil abre hoje sua participação no segundo turno da competição. Mesmo que tenha uma
queda brusca de rendimento, ainda tem ótimas chances de classificação para a Copa da Alemanha,
já que os quatro primeiros garantem vaga. O quinto ainda tem direito a uma repescagem contra o
melhor país da Oceania.
Depois de pegar a Colômbia, o
time de Parreira faz sua última
partida no ano pelas eliminatórias
em Quito, contra o Equador.
"Precisamos vencer esses dois
jogos para acumular gordura",
disse o treinador, que prefere não
projetar quantos pontos seu time
necessita para ir à Copa-2006.
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