São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2008

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Brasil bate "Argentina" do Mundial de futsal

Seleção italiana protagoniza duelo de bastante rivalidade no Maracanãzinho

Provocações, tumulto, expulsões e muita catimba marcam vitória dos donos da casa por 3 a 0 e passagem às semifinais da competição

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Tumulto, expulsões, catimba e provocação. Não faltaram ingredientes no jogo de ontem para transformar Brasil x Itália em dos confrontos de maior rivalidade do futsal mundial.
"Pode-se dizer que é como Brasil x Argentina no futebol", comparou o fixo Schumacher.
De um lado, brasileiros. Do outro, também. A Itália é composta apenas de naturalizados, mas quem levou a melhor foram os que vestiam a camisa amarela. Ontem, no Rio, o Brasil venceu por 3 a 0 e se garantiu nas semifinais do Mundial.
Os gols foram marcados por Schumacher, Lenísio e Ari.
Durante a partida, as seleções brasileira e italiana abusaram das faltas. Só no primeiro tempo, foram cinco cometidas pelo Brasil e sete, pela Itália.
Jogadores italianos permaneciam no chão após serem atingidos até receberem atendimento. Adriano Foglia foi um deles. Quando se levantou, o pivô brasileiro-italiano ouviu queixas vindas do banco rival, de Marcos Sorato, o Pipoca, auxiliar técnico do Brasil.
Na saída para o intervalo, Pipoca voltou a provocar Foglia. Seu companheiro de equipe Márcio Forte interveio. Forte e Pipoca trocaram agressões. Betão, pivô do Brasil, atingiu Forte. Seguranças apartaram. Resultado: Forte e Betão foram expulsos, e Pipoca, afastado.
"Durante a confusão, ele [Pipoca] falou: "Vocês estão se jogando. Vocês são brasileiros de merda porque jogam pela Itália".", relatou Forte, após o jogo, exibindo um arranhão no pescoço e um olho vermelho.
"Ele tem que ter respeito porque a oportunidade que eu tive foi na Itália. Ele não pode causar polêmica. Eu também tinha que ter ido direto para o vestiário", lamentou o jogador.
Sandro Zanetti, outro atleta da Itália, também estava revoltado com a atitude do auxiliar.
"Ele fica provocando para ver se alguém se irrita e sai expulso. Ele é um mau-caráter", disse.
Betão e Pipoca não quiseram se pronunciar após o jogo.
O técnico da seleção brasileira, Paulo César de Oliveira, o PC, eximiu-se de culpa.
"A atitude de qualquer pessoa fora da quadra não diz respeito a mim, mesmo que seja da comissão técnica", falou PC.
Após a Itália ter estourado o limite de cinco faltas, o técnico lançou o astro Falcão em quadra. Para desespero dos rivais e felicidade da torcida, o craque sambou na frente dos italianos e até arriscou dribles de efeito.
"Essa era a hora de irritar o rival para conseguir o chute da marca de dez metros", disse.
A Ucrânia, rival do Brasil amanhã, perdeu ontem para o Irã, por 5 a 4, e não tem mais chance de classificação.


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